segunda-feira, 28 de abril de 2008

EM CASA - O NATAL

A enfermeira ia diariamente fazer-me o penso, pois os pontos da costura da última operação infectaram e alguns não fechavam. Só ao fim de um mês, é que a cicatriz começou a cicatrizar.
A minha filha e o marido vieram passar o dia de Natal connosco. A muito custo, com a ajuda de todos, consegui fazer alguns dos pratos habituais do almoço de Natal.
O Dia de Natal foi muito cansativo para mim. Familiares e amigos vieram visitar-me e eu estava de "rastos". Ao fim de algum tempo sentada na sala, fui deitar-me, pois já não conseguia fazer-lhes companhia.
Recebi algumas prendas de Natal, mas eu que sempre reajo de um modo eufórico a qualquer prenda que me dão, não tinha qualquer reacção ao abri-las... assim me apercebi como ainda estava tão doente e abatida!!!

A CONVALESCENÇA

Em casa, sentia-me muito cansada, doente e abatida.
As pessoas, que me visitavam, queriam e insistiam para que eu me levantasse da cama, me mexesse e que me tornasse mais activa.
Eu sentia-me tão debilitada que não tinha forças para nada.
Por vezes, questionava-me se era eu que me tinha modificado, pois sempre fui uma pessoa activa e nunca fui "piegas" e agora não tinha forças para reagir!!!
Quase tudo o que comia, eu vomitava. Além disso, o apetite desaparecera completamente ainda no Hospital, e continuava sem vontade de comer fosse o que fosse.
Sentia-me bastante doente...
Os meus pais vieram para minha casa para nos fazerem companhia. A minha mãe fazia a comida e procurava-me constantemente se eu queria comer alguma coisa. Via a minha mãe tão preocupada!!
o meu pai com 85 anos e a minha mãe com 80 anos também estavam bastante deprimidos e muito preocupados com toda a situação. Eu queria poupá-los e tentava mostrar-me mais animada, mas a minha mãe, que me conhece muito bem, sabia que eu estava muito, muito doente...

terça-feira, 15 de abril de 2008

DIA 7 DE DEZEMBRO - VOU PARA CASA!!!!

O médico apareceu e deu-me alta.
Eu sentia-me muito receosa, pois sentia-me muito abatida e fraca e tinha receio que quando chegasse a casa surgisse mais alguma complicação.
Vesti-me, com muita dificuldade, e preparei-me para deixar o Hospital, 40 dias depois de ter entrado ali.
Por volta das 2 horas da tarde, passámos pela casa dos meus pais para os levarmos para nossa casa.
Assim a minha mãe sempre me podia dar uma ajuda, a fazer a comida e para me fazer companhia.
Quando cheguei a minha casa, estava completamente de rastos. O suor escorria-me pela cara e pelas costas. As pernas tremiam-me. Tinha medo de cair. Sentei-me no sofá, mas estive ali muito pouco tempo. Deitei-me e fiquei o resto do dia na cama.
Comi muito pouco ou nada!!!

DIA 6 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

Da parte da tarde apareceu o enfermeiro de serviço que me tirou o cateter. Finalmente estou completamente livre de tubos. Ainda não acredito que estou a melhorar e que em breve terei alta.
Comi muito pouco.
Pedi para me deitar cedo, pois sentia-me muito cansada.
Estava muito abatida e nem televisão quis ver!

DIA 5 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

O Zé escreveu:
" Foi-lhe tirado o soro, ao fim do dia, após visita do médico operador. Hoje já ficou liberta de tubos, com excepção do cateter.
Deu uns pequenos passos pelo corredor."

DIA 4 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

No dia 4 de Dezembro o meu pai fez 85 anos. Logo pela manhã, telefonei a dar-lhe os parabéns. Sei que estão muito preocupados com toda esta situação complicada que eu estou a passar.
O Zé foi almoçar com os meus pais. A minha mãe fez-me um puré de batata com frango cozido triturado. Comi pelo menos metade, daquilo que me mandou. Para sobremesa mandou-me uma tacinha de maizena, que não me soube bem, e por isso não comi.
Pedi ao Zé que me fosse comprar um queijinho fresco no bar do Hospital. Comi 1/4 ( 2 colherzinhas!) e fiquei satisfeita.
Já me levanto e sentam-me no sofá. Por vezes, fico muito cansada e peço para me deitar, pois sinto-me muito fraca.

DIA 3 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

Mais um dia de internamento. Como me estou a sentir melhor, começo a ficar saturada de tantos dias no hospital.
O Zé trouxe-me um caldo de frango e sumo de fruta cozida. Comi uma colherzinhas. Não tenho apetite nenhum.
Já não tenho febre e parei com o antibiótico.

DIA 2 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

Foi domingo. O médico não apareceu. A situação está mais ou menos controlada.
Tive muitas visitas. A minha cunhada Lena, o Nuno, o meu cunhado António Manuel, o meu sobrinho Ângelo e a Paula. Foi um constante entrar e sair de visitas no quarto. Eu sentia-me muito cansada, mas mais bem disposta do que nos dias anteriores.
A minha filha Rita e o Bruno vieram ver-me e partiram dali para o Algarve.

DIA 1 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

A situação evoluía favoravelmente. Eu não me tranquilizava, pois estava sempre com medo que o médico aparecesse e me viesse informar de mais uma complicação.
Eu fazia uma TAC quase todos os dias e a minha ansiedade era constante. A infecção urinária continuava. Os raios X ao tórax eram diários...
Era dia feriado. O Zé, a Rita e o Bruno foram almoçar a casa dos meus pais e depois trouxeram-nos.
A minha mãe tem 80 anos e o meu pai tem 85 anos, por isso, o Zé não os pôs ao corrente de muitos dos problemas e das complicações que surgiram durante estes 30 dias de internamento. Chegaram muito abatidos e preocupados e aos poucos foram-se apercebendo de algumas das situações anómalas por que eu tinha passado.
A minha tia Maria Emília e a minha afilhada Elsa vieram visitar-me. No final do dia, apareceram os meus cunhados Rodrigo e Odília. Todos entravam com uma expressão de incredulidade e de expectativa. Sabiam o que se tinha passado e andavam preocupadíssimos que surgissem mais problemas.

DIA 30 DE NOVEMBRO - QUARTO 611

O Zé escreveu:
" Dia muito semelhante ao anterior. Tiraram-lhe a algália, fizeram uma análise e verificaram que havia uma infecção urinária. Começou com um novo antibiótico específico para esta infecção.
A amiga Risoleta veio visitá-la. Ao fim do dia, apareceram a Rita e o Bruno, que vieram do Algarve para a ver.
A Zu mostrou-se satisfeita com as visitas, mas notava-se que estava cansada e abatida."
Lembro-me de ver chegar a minha filha Rita e o marido e de me esforçar por mostrar que estava bem. Não queria preocupá-la, pois com tantos problemas que me tinham acontecido, desde o dia 29 de Outubro até este dia, eu sabia que ela andava muito nervosa e muito apreensiva. Eles vivem e trabalham no Algarve, assim a distância era grande e não era fácil aparecerem sempre que queriam.

DIA 29 DE NOVEMBRO - QUARTO 611

Dormia mais ou menos bem.
Logo pela manhã, começava o vai-vem constante e o rebuliço dos enfermeiros, do pessoal auxiliar, do fisioterapeuta. Sentia-me muito cansada e eles também não me mandavam levantar. Não tinha forças para isso!
O Zé trouxe-me um caldo de carne, que eu não bebi nada, pois não gostei do sabor. Bebi uma colheres de sumo de maçã cozida e uma colherzinha de iogurte. O Zé ficou comigo até às 20h, hora a que terminava a visita.

DIA 28 DE NOVEMBRO - C. INTERMÉDIOS

Não sabia que dia do mês era hoje, mas calculava que estivéssemos quase no fim do mês.
A minha filha Rita fazia, no dia 28 de Novembro, 37 anos. Quis reagir, dar-lhe os parabéns com uma voz menos cansada, mas não consegui. Estava muito abatida. Os médicos abeiravam-se da minha cama e queriam saber como me sentia. Não era preciso dizer-lhes nada, pois eles viam como estava prostrada, abatida e indiferente a tudo e todos.
Não chorava. As lágrimas desapareceram desde que entrei no Hospital dos SAMS.
Hoje à tarde, passei para o quarto 611. Será que já não vou para mais nenhum lugar? Estava impaciente para vir para o quarto. Queria descansar e afastar-me do movimento constante dos cuidados intermédios.
Bebi 4 colheres de sumo de fruta e 4 colheres de água.
Eu estava relativamente bem disposta! O Zé ficou comigo no quarto até às 21h30. Esperou pelo médico operador para falar com ele, e como sempre o médico disse-lhe que estava tudo a correr bastante bem!
A todo o momento, entravam e saíam enfermeiros para me darem uma injecção, um comprimido, uma picadela no dedo, etc. etc. , quando me dispunha a dormir aparecia sempre alguém...

DIA 26 DE NOVEMBRO - C. INTERMÉDIOS

Continuo nos cuidados intermédios. Não tenho visitas. Apenas o Zé me pode vir visitar. Continuo muito abatida e apática. Tenho medo de ter uma recaída e de ter de voltar aos cuidados intensivos.
Hoje, o Zé não me trouxe nada para comer, também não era necessário!
Quando ele chegou, para a visita das 14h, eu estava com 38º de febre. Não se sabe de onde vem a febre. Será da septicemia? Será outra complicação? Todas estas interrogações me deixam muito preocupada e abalada.
O Zé foi falar com o médico cirurgião, que se mostrou optimista como sempre!???? A partir de hoje, iriam dar-me alimentação parentérica, através das veias, para estimular os intestinos. Há muito que não evacuo.
Sinto que todo o meu ser está parado, sem reagir a quaisquer estímulos.
Continuo a sentir-me muito mal...

DIA 25 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTERMÉDIOS

Ao fim da tarde do dia 24, passei para os cuidados intermédios.
Sentia-me muito doente, abatida e apática. Não falava com ninguém e não me apetecia voltar ali, aos cuidados intermédios, local de passagem para todos os operados, mas que para mim se estava a tornar um local de permanência. Aí, vive-se um clima de constante movimentação. Não há sossego, pois a todo o momento, está a chegar mais um doente do bloco operatório. Há gemidos, há ais, há sofrimento, há dor.
Por mais que eu quisesse abstrair-me do ambiente e do local onde me encontrava, eu não o conseguia, pois o vai-vem dos enfermeiros, dos médicos e dos familiares dos doentes é constante.
O Zé, bastante abatido e preocupado com toda esta situação, apareceu por volta das 14 h. Trouxe-me um caldo de galinha e caldo de maçã cozida. O apetite não era nenhum. Eu sabia que tinha que me alimentar, pois sentia-me muito fraca, mas não conseguia beber nada. Bebi 3 ou 4 colheres de sumo de maçã.
Tinha 38º de febre, e a prostração era total.
À tarde, trouxeram-me um chá de tília, mas eu não consegui beber nem sequer uma colherzinha!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

DIA 24 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

O Zé escreveu:
" Levei-lhe um caldo de carne e fruta cozida triturada. Não comeu nada do caldo e da fruta 3 ou 4 colherzinhas! Quando come, fica muito agoniada, apesar de ter a sonda nasogástrica. Hoje não tinha febre. Ao fim da tarde passou para os cuidados intermédios."

Continuava a sentir-me muito abatida, muito doente e sem força anímica para reagir. Não conseguia pensar em nada. Sem mexer os lábios, apenas com o meu pensamento, eu rezava a Avé-Maria. Queria ter a mente ocupada, pois sentia-me mais tranquila. Procurava não pensar na minha filha, nos meus pais, na vida que continuava lá fora...
O Zé estava um pouco mais animado, pois disseram-lhe que hoje ao fim da tarde eu seria transferida para os cuidados intermédios.
Sentia-me mais protegida e em segurança nos cuidados intensivos, mas como já estou melhor vou para os cuidados intermédios. A assistência que me era dada nos cuidados intensivos era muito boa; o pessoal médico e de enfermagem foram de uma dedicação e de uns cuidados extremos.

DIA 23 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

O Zé escreveu:
"Continua nos cuidados intensivos. Gostei de ver a Zu, estava um pouco mais animada. A febre tem vindo a baixar com os antibióticos próprios para combaterem a septicémia. Fez uma TAC e os resultados também são mais animadores.
A médica de ontem assustou-me com a história do dreno, que continuava a drenar demasiado, mas a médica com quem hoje falei, disse-me que não é preocupante; que o trânsito intestinal está bem e a própria drenagem tem vindo a diminuir e é provocada por um pequeno abcesso. Disse-me que é natural que amanhã passe para os cuidados intermédios."

Eu sentia-me pessimamente. Apática e sonolenta, procurava dar alguma atenção ao Zé, que mostrava uma grande ansiedade e muito nervosismo. Quando ele me perguntava como é que eu me sentia, eu sorria-lhe ... mas não podia dizer-lhe que me sentia bem, pois isso não era verdade! Queria tranquilizá-lo, dar-lhe coragem... mas eu estava tão doente!...

DIA 22 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

o Zé escreveu:
" A Zu continua nos cuidados intensivos. A febre baixou para 37,6º, mas a dor forte nas costas mantem-se. O cirurgião continua a dizer que "tudo está bem!" . Falei com a médica de serviço nos Cuidados Intensivos que me disse que o dreno continua a deitar secreções e esta fez uma cara muito feia! Será que terá que ser operada de novo?Eu não quero pensar em tal coisa!!!"

A minha amiga Deolinda veio ver-me. Eu sentia-me muito doente, mas a presença dela deu-me algum ânimo. Fez-me massagens de Shiatsu nos pés e nas pernas; massajou-me os braços e as mãos e procurou dar-me um pouco da sua energia, pois eu estava completamente em baixo. Fazia-me festas na cara e na cabeça e a sua expressão facial demonstrava uma enorme apreensão e quase desespero, por me ver tão doente.
Trouxe-me uma oração do Arcanjo Gabriel para eu ler e repetir quando estivesse sozinha. Esteve comigo mais de uma hora. Eu sentia-me um pouco melhor. Estava alheia a tudo e a todos, mas consciente que a presença da Deolinda me estava a fazer muito bem.
Quando a Deolinda se foi embora, o Zé continuou comigo, mais algum tempo. Eu sentia-me muito cansada, muito doente e muito infeliz...

DIA 21 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

O Zé escreveu:
"Fui visitá-la aos cuidados intensivos. Encontrei-a mais calma. Já não tinha a máscara do oxigénio.
Estive com o médico cirurgião e disse-me que a TAC feita ontem está bem. Disse-me que o trânsito intestinal fez-se bem, com o contraste que foi aplicado.
A febre que ontem passou dos 39,5º baixou consideravelmente, estava com 37,1º. O médico garantiu-me que do ponto de vista cirúrgico está tudo bem!!!???; agora é esperar que os intestinos comecem a funcionar e a respiração volte ao normal. "
A minha permanência nos cuidados intensivos não foi tão tranquila como o Zé escreve nos seus apontamentos.
Na verdade, sentia-me muito doente. Procurava alhear-me dos barulhos à minha volta, pois havia doentes em grande sofrimento, e duas pessoas morreram enquanto lá estive.
Estava muito apática. Sei que dormia e acordava o tempo todo.
Estava com uma septicémia, que me deixou de rastos. Continuava a ser alimentada com alimentação parentérica e tinha imensos aparelhos ligados a mim.
A médica dos cuidados intensivos era uma simpatia, muito meiga e muito atenta a qualquer movimento ou queixume. Vinha frequentemente junto da minha cama, perguntava-me como me sentia e afastava-se com uma expressão bastante preocupada.
Pedi ao Zé que telefonasse à minha amiga Deolinda, médica de Medicina Tradicional Chinesa, para que ela viesse ver-me e dar-me algum consolo e alento.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

DIA 21 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

Na noite de 20 para 21, o meu estado de saúde piorou bastante. Não conseguia respirar, sentia-me com muita febre e não conseguia adormecer. Tinham-me deixado na mesa de cabeceira uma garrafa de água, de 33 cl e eu bebia toda. Chamei o enfermeiro e disse-lhe que me sentia muito mal. Ele viu a garrafa vazia e ficou zangado comigo por eu ter bebido a água toda. Tirou-me a garrafa da mão e atirou-a para cima da mesa, muito irritado. Eu sentia-me cada vez pior...
Pedi-lhe que me ajudasse, pois eu sentia-me muito mal... pedi-lhe que me pusesse a dormir, pois não aguentava tanto sofrimento... não conseguia respirar...
Não sei o que me deram ou fizeram. A partir desse momento não me recordo de nada.
Nessa noite de 20 para 21 transferiram-me para os cuidados intensivos, sem eu me aperceber de nada!
Estava com uma septicémia. Os 40º de febre, que eu tinha, eram devido à grande infecção generalizada que eu tinha. O catecter que me tinham colocado no pescoço, aquando da 1ª operação, dera origem a esta grande infecção.

DIA 20 DE NOVEMBRO

O Zé escreveu nos seus apontamentos:
" Hoje, cheguei ao Hospital ao meio dia, subi imediatamente. Encontrei-a pior que no dia anterior.
Tem uma grande dificuldade em respirar; colocaram-lhe uma máscara na boca e no nariz, para auxiliar a respiração, e esteve com a máscara o dia todo.
O médico apareceu lá na noite anterior e pediu uma TAC e um RX ao tórax.
A Zu foi fazê-la às 18 horas e estava na altura com 39º de temperatura.
Eu estava muito preocupado com a situação. Falei com a médica de serviço nos cuidados intermédios, sobre a razão daquela dificuldade em respirar, mas a médica disse-me que desconhecia a razão, pois o RX não indicava nada.
Há muitos dias que a Zu se vem queixando de uma pontada no pulmão esquerdo, onde lhe fizeram o pneumotorax na primeira operação, bem como de falta de ar. Desde a primeira operação que ela tem estas queixas. Tem usado uma bomba para respirar e faz fisioterapia (ténicas especiais de cinesiterapia) todos os dias.
Dia após dia asituação tem vindo a agravar-se, e nunca foi vista pelo pneumologista. Quanto ao funcionamento dos intestinos, hoje nem sequer se falou nisso, porque a prioridade era a falta de ar. Eu ainda perguntei à médica porque não lhe faziam um clister, e ela respondeu-me que não era conveniente por causa dos pontos da cirúrgia.
Amanhã, dia 21, estou ansioso para ver como a encontro."

DIA 19 DE NOVEMBRO

A situação não se alterou. Fizeram-me um clister, mas não resultou.
O médico ainda não tinha vindo visitar-me.
O Zé apareceu por volta das 2 horas da tarde. Eu estava muito incomodada, sonolenta e saturada com a situação.
Por volta das 15horas, disse-lhe para ele ir para casa pois o dia estava horrível. Chovia torrencialmente e fazia muito vento.

DIA 18 DE NOVEMBRO

Continuei nos cuidados intermédios. O médico passou para me ver, vinha muito à pressa. Falou com as enfermeiras de serviço e receitou-me qualquer coisa para os intestinos, pois há muito que não funcionam.
Sentia-me muito abatida, sonolenta e indiferente a tudo.

DIA 16 DE NOVEMBRO

O Zé escreveu nos seus apontamentos:
"Fui mais cedo para o Hospital dos SAMS, com a intenção de falar com o médico.
Este, mais uma vez, disse-me que a Zu ia continuar nos cuidados intermédios, pois aí tinha uma vigilância de 24 horas.
Mais me informou que ontem, dia 15, tinha tido uma arritemia, devido ao sangue estar mais diluido, mas que hoje a situação estava estabilizada. O médico também me disse que já ouvira os intestinos a trabalhar, o que era um bom sinal, a tensão arterial está estabilizada, igualmente.
O operador voltou a dizer-me que ali nos cuidados intermédios, a Zu estava melhor que no quarto, e pelo que entendi, amanhã sábado ainda aí permenacerá.
Teve a visita da médica anestesista que achou o seu estado satisfatório."

terça-feira, 1 de abril de 2008

DIA 15 DE NOVEMBRO - AVENTURA DO BYPASS GÁSTRICO - A SAGA CONTINUA...

Mantive-me nos cuidados intermédios. Estava bastante abatida e muito impaciente. Como há mais de 48 horas, que estava deitada, as costas doíam-me bastante.
No Hospital

DIA 14 DE NOVEMBRO

Passei o dia inteiro nos cuidados intermédios.
Sentia-me doente e muito debilitada fisica e psicologicamente.

DIA 13 DE NOVEMBRO - 4ª OPERAÇÃO

O Zé chegou aos cuidados intermédios, onde eu me encontrava, ainda eu estava bastante debilitada pela anestesia da noite anterior.
O médico tinha estado comigo logo pela manhã e dissera-me que teria que me operar de novo.
Logo que o Zé chegou ao pé de mim, eu disse-lhe que o médico me ia operar novamente. Seria nesse dia e dentro de pouco tempo. Assim aconteceu.
Mais uma vez, fui levada para o bloco operatório, e fui operada de barriga aberta.
A operação acabou cerca das 17 horas.
Por volta das 18 horas, o Zé conseguiu falar com o médico operador. Este disse-lhe que havia uma aderência do intestino, junto à vesícula, que estava a deixar passar os sucos.
Sempre acreditámos na competência do médico e nunca pusemos em causa as suas decisões ... também naquele momento, poucas ou nenhumas alternativas, tínhamos! Estava nas mãos do médico!!!
Ele disse ao Zé, que esta 4ª operação tinha corrido bem. O médico disse-lhe que são " pequenas cirurgias!?" que têm que ser feitas com anestesia para evitar a dor!!! para o doente é um grande desgaste físico e um grande sofrimento psicológico.
Às 20 horas, o Zé veio ver-me aos cuidados intermédios. Estava a recuperar da anestesia. Disse-me que tinha estado a falar com o médico, que eu estivesse tranquila que daqui para a frente tudo iria correr bem!!!

O DIA 12 DE NOVEMBRO - 3ª OPERAÇÃO

Fiz a TAC logo pela manhã e o médico voltou a dizer-me que os líquidos não passavam para o intestino, que se via um estrangulamento.
Neste mesmo dia, ao fim da tarde, fiz uma nova TAC, a que o médico assistiu.
Feito o exame, cheguei ao quarto por volta das 8 horas da noite. Logo de seguida, chegou o médico e disse-me a mim e ao Zé que eu teria que ser operada de novo.
Passado pouco tempo, vieram buscar-me para me levarem para o bloco operatório.
De novo entrei no bloco, fui anestesiada e de novo operada com laparoscopia. A operação acabou à meia noite. O médico operador falou com o Zé e disse-lhe que agora tudo estava bem, e vinha bastante animado.

DIA 11 DE NOVEMBRO - DOMINGO - QUARTO 607

Tive poucas visitas.
O Zé chegou cedo ao hospital, trouxe-me um caldo de galinha feito pela minha mãe. Comi umas colheres de caldo, um pouco de fruta batida e um pouquinho de iogurte.
Cerca de uma hora e meia depois, comecei a sentir-me muito mal disposta. O enfermeiro teve que me aspirar os alimentos que tinha no estômago. Já para o fim do dia, pedi ao Zé que me levasse a dar uma voltinha nos corredores e após esse passeio, fui à casa de banho e evacuei umas feses líquidas, e fiquei um pouco mais bem disposta.
Da parte da tarde, o cirurgião passou pelo quarto, e disse -me que ia pedir uma nova TAC, para amanhã, dia 12, pois quer ter a certeza que tudo está bem.

DIA 10 DE NOVEMBRO - SÁBADO

A manhã foi bastante calma.
À tarde, tive muitas visitas. Ao fim do dia, sentia-me muito cansada.
Os alimentos continuavam a não ficar no estômago. Ainda não tinha evacuado durante todos estes dias

O DIA 9 DE NOVEMBRO

Passei o dia inteiro com a sondanasogástrica fechada.
Ao jantar, procurei comer um caldo que me trouxeram, com um aspecto horrível. Não consegui comê-lo.
O médico não me visitou .

O DIA 8 DE NOVEMBRO

Sentia-me um pouco melhor, em relação ao dia anterior.
O médico apareceu da parte da manhã e disse-me que estava tudo sobre controle.
Os enfermeiros fecharam a sondanasogástrica e com muito esforço da minha parte, consegui aguentar-me, sem vomitar, até às 18 horas. Sentia-me muito agoniada.

O DIA 7 DE NOVEMBRO

Ao meio dia levaram-me para o quarto, como estava previsto.
Sentia-me muito abatida, quer fisica quer psicologicamente. O Zé também estava preocupado, pois via-me bastante abatida.
Vieram fechar-me a sondanasogástrica e passado pouco tempo já estava a vomitar. Sujei a cama e o pijama. Tiveram que me mudar tudo. Face ao sucedido, abriram a sonda para que os sucos gástricos fossem para o saco. Os vómitos pararam.

O DIA 6 DE NOVEMBRO - 2ª OPERAÇÃO

O médico veio ao meu quarto, informando-me que ia ser, de novo, operada. Fiquei nervosa e perguntei-lhe quando seria a operação. Ele respondeu-me que iria ser agora já.
Telefonei ao Zé, dizendo-lhe que ia para o bloco operatório para ser operada. Procurei acalmar-me pois de nada serviria eu entrar em stress.
Voltei a ser anestesiada e repetiu-se tudo novamente. Seria com laparoscopia.
Às 19 horas, regressei aos cuidados intermédios. Estava mais desperta que da 1ª operação. O Zé aguardava-me e eu mostrei-me bem disposta para não o enervar ainda mais.
Se tudo correr bem, amanhã, dia 7, volto para o quarto.

O DIA 5 DE NOVEMBRO

Logo pela manhã, deram-me 3 copos de líquido de contraste, para ir fazer a TAC. Tive imensa dificuldade em beber tanto líquido.
Não tinha comido nada desde o dia 2.
O médico apareceu depois do almoço, viu a TAC feita pela manhã, e não gostou do que viu! O intestino estava dilatado ou contraído, ainda não sei bem o que aconteceu! Provavelmente teria que operar-me novamente.
Apesar dessa informação, eu estava relativamente bem disposta. Tinha alguma febre, deram-me um antipirético e quando o Zé foi para casa, cerca das 20 horas, eu ainda estava sentada no cadeirão.

O DIA 4 DE NOVEMBRO

No dia 4, acordei mais ou menos bem disposta. Levaram-me para tomar banho e depois fiquei sentada no cadeirão.
Por volta das 13 horas, telefonei ao Zé, dizendo-lhe que estava com uma grande pontada no pulmão esquerdo; também mandei uma mensagem ao médico, dizendo-lhe que me sentia mal.
O cirurgião, ao ver a mensagem, entrou em contacto com os enfermeiros, para que me dessem uma injecção para as dores e me aplicassem a bomba dos asmáticos; depois disso fiquei mais calma.
O Zé chegou por volta das 14 horas e já me sentia melhor.
O médico chegou também, e disse-me que no dia seguinte, iria fazer uma TAC aos pulmões, para se ver qual a verdadeira situação.

O DIA 3 DE NOVEMBRO

O Zé, meu marido escreveu:
"São 10 horas da manhã; ainda não lhe telefonei, não sei como terá passado a noite.
Cerca das 13 horas dirigi-me ao Hospital e a Zu disse-me que tinha passado bem a noite. Estava à espera do médico, pois os enfermeiros nem água lhe quiseram dar, sem que o médico desse autorização.
O cirurgião chegou por volta das 16 horas, autorizou-a a beber água, pouca de cada vez, mas várias vezes.
Amanhã dia 4 (Domingo) o médico ficou de passar por lá e vamos ver se ele lhe tira a sonda nasogástrica!
Até hoje, ainda não lhe apareceu no quarto a nutricionista. E a sopa que lhe deram no dia 1 à noite e no dia 2 ao almoço não era um caldo desengordurado, era sim uma sopa cremosa e pastosa feita de batata e cenoura. Oxalá eu não esteja enganado! quem sabe se foi essa sopa que lhe causou todo o mal estar de ontem, bem como os vómitos constantes.
Vamos ver, amanhã dia 4, qual vai ser a evolução!"