quarta-feira, 2 de abril de 2008

DIA 21 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

Na noite de 20 para 21, o meu estado de saúde piorou bastante. Não conseguia respirar, sentia-me com muita febre e não conseguia adormecer. Tinham-me deixado na mesa de cabeceira uma garrafa de água, de 33 cl e eu bebia toda. Chamei o enfermeiro e disse-lhe que me sentia muito mal. Ele viu a garrafa vazia e ficou zangado comigo por eu ter bebido a água toda. Tirou-me a garrafa da mão e atirou-a para cima da mesa, muito irritado. Eu sentia-me cada vez pior...
Pedi-lhe que me ajudasse, pois eu sentia-me muito mal... pedi-lhe que me pusesse a dormir, pois não aguentava tanto sofrimento... não conseguia respirar...
Não sei o que me deram ou fizeram. A partir desse momento não me recordo de nada.
Nessa noite de 20 para 21 transferiram-me para os cuidados intensivos, sem eu me aperceber de nada!
Estava com uma septicémia. Os 40º de febre, que eu tinha, eram devido à grande infecção generalizada que eu tinha. O catecter que me tinham colocado no pescoço, aquando da 1ª operação, dera origem a esta grande infecção.

DIA 20 DE NOVEMBRO

O Zé escreveu nos seus apontamentos:
" Hoje, cheguei ao Hospital ao meio dia, subi imediatamente. Encontrei-a pior que no dia anterior.
Tem uma grande dificuldade em respirar; colocaram-lhe uma máscara na boca e no nariz, para auxiliar a respiração, e esteve com a máscara o dia todo.
O médico apareceu lá na noite anterior e pediu uma TAC e um RX ao tórax.
A Zu foi fazê-la às 18 horas e estava na altura com 39º de temperatura.
Eu estava muito preocupado com a situação. Falei com a médica de serviço nos cuidados intermédios, sobre a razão daquela dificuldade em respirar, mas a médica disse-me que desconhecia a razão, pois o RX não indicava nada.
Há muitos dias que a Zu se vem queixando de uma pontada no pulmão esquerdo, onde lhe fizeram o pneumotorax na primeira operação, bem como de falta de ar. Desde a primeira operação que ela tem estas queixas. Tem usado uma bomba para respirar e faz fisioterapia (ténicas especiais de cinesiterapia) todos os dias.
Dia após dia asituação tem vindo a agravar-se, e nunca foi vista pelo pneumologista. Quanto ao funcionamento dos intestinos, hoje nem sequer se falou nisso, porque a prioridade era a falta de ar. Eu ainda perguntei à médica porque não lhe faziam um clister, e ela respondeu-me que não era conveniente por causa dos pontos da cirúrgia.
Amanhã, dia 21, estou ansioso para ver como a encontro."

DIA 19 DE NOVEMBRO

A situação não se alterou. Fizeram-me um clister, mas não resultou.
O médico ainda não tinha vindo visitar-me.
O Zé apareceu por volta das 2 horas da tarde. Eu estava muito incomodada, sonolenta e saturada com a situação.
Por volta das 15horas, disse-lhe para ele ir para casa pois o dia estava horrível. Chovia torrencialmente e fazia muito vento.

DIA 18 DE NOVEMBRO

Continuei nos cuidados intermédios. O médico passou para me ver, vinha muito à pressa. Falou com as enfermeiras de serviço e receitou-me qualquer coisa para os intestinos, pois há muito que não funcionam.
Sentia-me muito abatida, sonolenta e indiferente a tudo.

DIA 16 DE NOVEMBRO

O Zé escreveu nos seus apontamentos:
"Fui mais cedo para o Hospital dos SAMS, com a intenção de falar com o médico.
Este, mais uma vez, disse-me que a Zu ia continuar nos cuidados intermédios, pois aí tinha uma vigilância de 24 horas.
Mais me informou que ontem, dia 15, tinha tido uma arritemia, devido ao sangue estar mais diluido, mas que hoje a situação estava estabilizada. O médico também me disse que já ouvira os intestinos a trabalhar, o que era um bom sinal, a tensão arterial está estabilizada, igualmente.
O operador voltou a dizer-me que ali nos cuidados intermédios, a Zu estava melhor que no quarto, e pelo que entendi, amanhã sábado ainda aí permenacerá.
Teve a visita da médica anestesista que achou o seu estado satisfatório."