segunda-feira, 12 de maio de 2008

BYPASS GÁSTRICO - CIRURGIA - EM QUE CONSISTE?

Domingo, 11 de Maio de 2008


Transcrevo o artigo sobre bypass gástrico, do site da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Obesidade:
Bypass Gástrico - Após a observação de que as mulheres operadas de gastrectomia subtotal por doença ulcerosa péptica, tendiam a perder peso e que, além disso, lhes era muito dificil aumentar de peso, o Dr. Edward Mason da Universidade de Iowa- EUA, decidiu aplicar o mesmo principio à obesidade, criando a chamada cirurgia de bypass gástrico.
Desde o seu aparecimento, múltiplas modificações lhe foram introduzidas na tentativa de melhorar a perda de peso e minorar as complicações ( bolsa de 50c.c. ou menos, criação da gastroenterostomia com 0,9 cm, uso da técnica de Y Roux, variando o seu canal alimentar entre 100 e 150 cms, a via retrocólica e retrogástrica).
Um dos principais problemas desta técnica era a ruptura da linha de agrafos que poderia ocorrer até vários anos após a cirurgia, com aumento de peso, limitando assim o seu uso. Esta situação levou a que os cirurgiões começassem a usar técnicas para prevenir esta complicação, realizando assim a secção gástrica.
Entretanto para evitar a dilatação da gastroenterostomia e, assim o aumento de peso, passou-se a utilizar tecido protésico (anel de silastic) imediatamente acima da gastroenterostomia. Este anel tinha como função controlar o tamanho do estoma melhorando o controle do peso a longo prazo.foi descrito por Fobi e Capela que, além do anel interpõe entre as áreas do estõmago seccionadas uma ansa jejunal tentando prevenir a fistula gastro-gástrica. Esta cirurgia é hoje perfeitamente reproduzível por via laparoscópica.
COMPLICAÇÕESAs complicações do bypass gástrico são muito menos severas que as do bypass intestinal, podendo aparecer em várias fases:
COMPLICAÇÕES AGUDAS - A mais severa é a fistula da junção gastro-jejunal, provocando necessidade de cirurgia urgente ao paciente pelo risco de complicações mais severas (sepsis). Outras complicações embora muito importantes, mas que não põem em risco o paciente é a dilatação gástrica aguda, a atelectasia pulmonar e infecção, obstrução aguda do Y de Roux, infecção da parede.
AS COMPLICAÇÕES TARDIAS INCLUEM:
Estenose da anastomose gastro- jejunal. Anemia por falta de ferro em particular na mulher menstruada. Deficiência de vit. B12. Deficiência de calcio com osteoporose. Dumping. Úlceras da boca anastomótica. Apesar do número de complicações parecer elevado, elas não são ameaçadoras do tipo de vida, e é considerada actualmente como o gold standard da cirurgia bariátrica.
Publicada por LuzAzul em Domingo, Maio 11, 2008

domingo, 11 de maio de 2008

BYPASS GÁSTRICO - ARTIGO DA REVISTA MÁXIMA

Este trabalho sobre as diversas cirurgias de redução de estômago da autoria de Júlia Serrão, foi publicado pela Revista Máxima, é bastante interessante. Elucida bastante quem não está dentro deste assunto.
Assim, passo a transcrevê-lo:

As cirurgias de redução do estômago, pouco conhecidas em Portugal, são uma resposta eficaz para a perda de peso, mas apenas para os casos mais extremos.
Por Júlia Serrão

Ana Pontes - Depois de um tratamento para a depressão, Ana Pontes engordou 56 quilos, passando a pesar 120 Kg. Tinha 18 anos e a vida pela frente. Mas não a viveu. Fez 80 dietas orientadas por especialistas e só conseguiu ganhar ainda mais peso. Durante oito anos isolou-se do mundo… e dela própria. Para trás ficou a juventude, um 12.º ano concluído com média de 19 valores e uma vontade imensa de ir para a faculdade. “Deixei de andar na rua, pois não suportava o olhar e os comentários das pessoas acerca do meu corpo. Para além disso, tinha de me deslocar com a ajuda de muletas. Deixei de me olhar ao espelho, perdi a auto-estima… e tentei quatro vezes o suicídio”, conta.
Em Setembro de 2002, Ana Pontes foi submetida a uma cirurgia bariátrica – a gastroplastia – em que lhe foi introduzida uma banda gástrica no estômago. Tinha então 166 quilos. Actualmente pesa 87, menos 79, mas diz que ainda pretende perder mais 22. “Nasci de novo”, comenta, acrescentando: “Hoje saio para todo o lado, uso sapatos com saltos de sete centímetros, faço tudo o que não fiz e mais alguma coisa… e o mais importante, voltei a gostar de mim”.


A operação de redução do estômago apresenta-se como uma solução bem sucedida para indivíduos que sofrem de obesidade mórbida. E apenas estes. São candidatos a este tipo de intervenção pessoas com índice de massa corporal (IMC*) acima dos 40, e dos 35 desde que sofram de doenças complicadas associadas ao problema de excesso de peso e que, com a operação, possam melhorar.

A intervenção comporta alguns riscos – cada vez menos, é certo –, mas os pacientes, por si só, também já são de risco devido ao seu peso excessivo.
Os resultados são incontestavelmente compensatórios. Para além de possibilitar a estes indivíduos recuperarem a alegria de viver e a auto-estima – porque conseguem reduzir drasticamente o peso –, a cirurgia traz vários benefícios no caso de se detectarem algumas doenças associadas.
Por exemplo: “A cirurgia bariátrica trata a maior parte dos diabéticos. Estes deixam de ter ou passam a controlar melhor a doença. O mesmo acontece com os indivíduos que sofrem de hipertensão, que passam a apresentar valores normais”, explica o cirurgião Rui Ribeiro, um dos especialistas portugueses em cirurgia bariátrica do hospital de S. José.
Mas não é só o índice da massa corporal que faz um candidato à cirurgia de redução do estômago, como normalmente é conhecida. Esta população é criteriosa e regularmente acompanhada, ao longo de meses, por uma equipa interdisciplinar – especialistas em cirurgia, medicina interna, cirurgia plástica, nutrição, psicologia clínica, entre outras –, que trabalha em perfeita harmonia e a quem cabe decidir se o doente pode ser submetido ou não à operação.
Uma das provas de fogo é mostrar capacidade para seguir uma dieta, algo que terão de fazer após a intervenção.
“A pessoa tem que nos demonstrar que tem capacidade para mudar os seus hábitos alimentares, que consegue perder peso através de uma dieta e pode aderir aos princípios por nós determinados, porque o que fazemos com a cirurgia é ajudar o indivíduo a modificar os seus hábitos alimentares. O objectivo é que ele passe a comer com mais qualidade e menos quantidade, corte com as gorduras e os doces.” Ficam assim excluídos todos os indivíduos que sofram de adições, nomeadamente ao álcool e às drogas, “o seu comportamento não garante bons resultados no futuro”, diz o especialista.


Dizem os números - De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é uma ameaça à saúde do Planeta apenas equiparável à fome. É considerada a epidemia do séc. XXI.
A obesidade mórbida é das doenças mais prevalecentes na actualidade e a que tem maior taxa de crescimento. • Nalguns países – nomeadamente nos Estados Unidos da América, Canadá e Brasil –, a cirurgia bariátrica é a operação, não urgente, mais praticada. Ultrapassa mesmo o número de operações para tratamento de doenças frequentes como as hérnias ou a litíase da vesícula biliar.
Em todo o mundo, cerca de 3000 cirurgiões especialistas em obesidade mórbida operaram
146 300 obesos. Destas operações, dois terços foram bypasses gástricos e um quarto bandas gástricas. Os números indicam que 62,85 por cento foram efectuadas por laparoscopia e apenas 37,15 por cento por via clássica aberta.

Em Portugal - Nos últimos cinco anos, foram submetidos a cirurgias de redução do estômago 1500 portugueses.
Estima-se que, existindo cerca de 100 mil obesos mórbidos em Portugal, pelo menos 20 mil venham a desejar realizar este tipo de intervenção.

A colocação da banda gástrica não é a única opção em cirurgia bariátrica, mas é seguramente a mais conhecida em Portugal. Dentro do mesmo tipo de operação ou técnica, dita restritiva, ou seja “aquela em que se faz uma restrição à quantidade de alimentos que podem entrar no estômago”, explica Rui Ribeiro, podemos encontrar ainda a gastroplastia vertical anelada.
A diferença entre as duas é muito simples: “enquanto na gastroplastia vertical a parte superior do estômago é ‘agrafada’ e apertada com uma espécie de anel, para que apenas um pequeno fragmento de estômago fique a trabalhar, a introdução da banda gástrica visa a divisão deste mesmo órgão, para o mesmo efeito, mas sem agrafamentos ou cortes. O “dispositivo” é colocado na parte superior do estômago e pode reduzir até um décimo a sua capacidade. O resultado é uma sensação precoce de se estar saciado”. A banda é feita de silicone e é insuflável, pelo que pode ser manipulada de acordo com as necessidades, ou seja é possível enchê-la e esvaziá-la ao longo do tempo, permitindo que o paciente coma mais ou menos e, consequentemente, emagreça mais ou menos.
Esta operação, que até há poucos anos era feita por via aberta, actualmente é realizada através da laparoscopia. É uma técnica totalmente revolucionária que permite intervir, sem abrir tanto o abdómen, pelo que se chama cirurgia mini-invasiva ou “cirurgia do conforto”. Para o efeito, basta fazer uns pequenos furinhos no corpo do paciente. “Para além das vantagens imunológicas e estéticas, este método cirúrgico reduz também a dor pós-operatória e as taxas de morbilidade e mortalidade, ou seja o risco do doente ter complicações na cirurgia”, assegura o médico.

As técnicas de má absorção – as menos conhecidas e usadas em Portugal –, onde se incluem a derivação bilio-pancreática, operação de Scopinaro, e a derivação bilio-pancreática com duodenal switch, são intervenções que visam reduzir o intestino delgado, que absorve nutrientes. O primeiro método reduz o intestino para que fique com a extensão de apenas meio metro, enquanto o segundo método faz com que passe a ter apenas um metro. Rui Ribeiro diz que estas técnicas são as mais agressivas de todas. “Provocam má absorção e estão indicadas para casos mais graves, ou seja para doentes que precisem de perder muito peso.”

As técnicas mistas, como o nome sugere, são uma mistura das duas primeiras: da restritiva e da de má absorção. É precisamente neste grupo que se insere a cirurgia bariátrica mais praticada no mundo inteiro: o bypass gástrico.

O bypass-gástrico - O especialista explica do que se trata: “Faz-se um corte numa pequena porção do estômago, a mais alta, onde se cria uma bolsa de 20 centímetros, que depois é ligada directamente ao intestino delgado. Na prática, faz-se uma passagem directa dos alimentos para o meio do intestino, deixando a sua primeira porção (entre 75 cm a 1,5 m) a não absorver”. Assegura: “Resulta muito melhor em termos de perda de peso do que qualquer das restritivas, porque a alteração da anatomia que é feita condiciona modificações em hormonas.

Doenças ligadas à obesidade

1.Os especialistas são peremptórios: a obesidade em si não é grave, o problema são as doenças que lhe estão associadas, nomeadamente a hipertensão, a diabetes, a hipercolesterolemia, as artroses, as varizes, as insuficiências respiratórias e as cardiopatias, só para citar algumas.

2.Rui Ribeiro lembra que os problemas psicológicos nestes doentes são igualmente devastadores. “As depressões exigem tratamentos psiquiátricos muito longos e muitos dias de absentismo laboral”

3.Finalmente, a limitação da vida social, em parte por automarginalização, é um sofrimento acrescentado e silencioso igualmente recorrente nas pessoas com excesso de peso. As sucessivas tentativas de suicídio são igualmente frequentes no limite desta situação

4.O cirurgião do hospital de S. José alerta: “Não é gordo quem quer. Hoje, sabe-se que existe uma componente genética que determina a doença. E por isso, resolver o problema por via cirúrgica deve ser uma solução ao alcance de todos os que precisam e podem a ela se submeter”
conhecimento e compreensão é muito recente e incompleto”.

O bypass gástrico é uma intervenção mais complexa do que a da banda gástrica e mais difícil de executar .
“Enquanto que a da banda gástrica dura em média cerca de 40 minutos, o bypass gástrico leva aproximadamente duas horas a realizar, mas é uma cirurgia que seguramente se vai impor a curto prazo.”

O balão intragástrico - Para além destas intervenções, há também que contar com as alternativas menos agressivas, nomeadamente o balão intragástrico. É fabricado em silicone, com capacidade de 400 a 700 ml de solução salina, e introduzido no estômago via endoscopia. O seu papel é o de preencher a cavidade do estômago, para que o indivíduo se sinta antecipadamente saciado e, dessa forma, diminua drasticamente a ingestão de alimentos.
“O balão intragástrico pode ser colocado com o objectivo de reduzir o peso no período pré-operatório ou em indivíduos que apresentam contra indicações à cirurgia bariátrica. É o caso daqueles que devido a uma doença cardíaca grave não podem ser submetidos, em segurança, a uma anestesia para cirurgia bariátrica ou outra.” O tempo de permanência máxima deste dispositivo no organismo é de seis meses, mas o doente pode fazer várias substituições ao fim de cada meio ano. Segundo o médico, os resultados deste método não são constantes. “Alguns doentes perdem peso, outros não”, esclarece, adiantando: “O método apresenta tantas complicações como qualquer um dos outros e é quase tão caro quanto a banda gástrica”.

O pacemaker gástrico é outra das opções para quem sofre de obesidade mórbida. Trata-se de um pequeno aparelho, a pilhas, que descarrega impulsos eléctricos com alta frequência na parede gástrica. O objectivo é inibir a fome. É colocado também por laparoscopia. Segundo o cirurgião, os resultados são também muito inconstantes. Além disso, defende que nestas duas últimas técnicas – o pacemaker e o balão intragástrico –, os pacientes perdem muito menos peso do que em qualquer uma das outras. Da mesma forma que o doente deve ser atempadamente preparado para a cirurgia bariátrica, qualquer que ela seja, deve ser acompanhado pelo nutricionista e pelo psicólogo clínico depois de ela ter lugar. Quanto ao médico que operou, esse deve acompanhá-lo para a vida.
*Índice de Massa Corporal = Peso em quilos/Altura2

A QUEDA DO CABELO

Quando comecei a sentir-me um pouquinho melhor, resolvi vir passar uns dias ao Alentejo.
Decidimos ficar para passar aqui a Páscoa.
Aproveitei para ir a uma consulta ao meu médico de família, onde o pus ao corrente de tudo o que eu tinha passado. Como sempre, ouviu-me com muita atenção e tivemos uma conversa bastante elucidativa sobre o meu estado clínico actual.
Queixei-me que me estava a cair muito cabelo. Eu andava já assustada, pois quando lavava a cabeça, no banho, ficava uma mão- cheia de cabelos no ralo do pollibain!!! eram imensos!!!
Claro que eu sabia que a queda do cabelo estava a acontecer, devido às 4 intervenções cirúrgicas a que tinha sido submetida, à septicemia, ao stress do internamento e do pós-operatório, etc. etc. , mas de qualquer modo, pedi-lhe para me receitar um medicamento que viesse parar ou atenuar esta queda de cabelo.
Receitou-me uma loção capilar e uns comprimidos. Comecei a fazer o tratamento, e de início não via melhoras, já estava a ficar desanimada, mas aos poucos, fui-me apercebendo que me caía menos cabelo e que já me estava a aparecer cabelo novo.
Comecei a ficar mais animada e hoje, já sinto o cabelo com mais vida e já me cai muito pouco.

AS COMICHÕES

No Alentejo fazia muito frio; então, sentava-me à braseira e ali ficava a ler, a ver televisão, a ouvir música ou simplesmente a conversar.
Comecei por sentir um ligeiro prurido na perna esquerda, abaixo do joelho... Quando me ia deitar, tinha necessidade de coçar, pois incomodava-me. Não se via nada. Quando coçava aparecia uma ligeira mancha vermelha. Dias depois, comecei a ter comichão nas costas, na zona lombar. Coçava e aparecia a mancha vermelha e pouco mais...
Mas, de dia um dia para o outro, a situação começou a agravar-se... a comichão era constante... e começaram a aparecer uma borbulhinhas vermelhas, que eu coçava desesperadamente...
Fui ao médico dermatologista que diagnosticou uma urticária. Vim para casa, tomar os medicamentos que me recitou e pôr pomada na zona inflamada. Fui fazer análises ao sangue e às fezes, que não revelaram nada.
Passados alguns dias, eu estava pior!!! a comichão já era constante e as borbulhas tinham-se espalhado para a zona da cintura...
Voltei ao médico. Receitou-me outros medicamentos. Comecei novo tratamento, mas sem qualquer resultado... a comichão, as borbulhas e o mau estar não me deixavam sossegar...
Eu dizia ao médico dermatologista que as comichões e as borbulhas se deviam ao stress do pós-operatório, e que era uma reacção do organismo a tanto sofrimento e padecimento. O médico não estava convencido disso... Os dias passavam e eu continuava cada vez pior.
O médico mandou-me fazer uma biópsia. Foi o próprio dermatologista que me fez a biópsia no Hospital de Portalegre. Em meados de Agosto, eu iria lá saber o resultado da mesma.
Mas, quase de um dia para o outro, comecei a melhorar... já não me coçava e sentia-me mais calma, pois aquela manifestação dermatológica deixava-me desesperada, com os nervos em franja!!
Fui para as Termas de Cabeço de Vide, como faço todos os anos. Quando iniciei os tratamentos ainda sentia, uma ligeira comichão, esporadicamente...mas, como quase não tinha comichão, eu ia-me esquecendo de como me sentira durante estes três meses...
Quando me apercebi, já não me coçava, já tinha a pele limpa, sem borbulhas e sem quaisquer manchas...
Estou convencida que todo este problema de pele se deveu ao stress, devido ao sofrimento e ao excesso de medicamentos que me ministraram durante o meu internamento e fora do hospital.
O médico não queria admitir, mas eu estou convencidíssima que o meu diagnóstico é que estava certo!! Quem melhor do que nós próprios, para conhecermos as reacções do nosso organismo, do nosso próprio corpo??!!!

DEPOIS DO BYPASS GÁSTRICO, A PRISÃO DE VENTRE!!!

Quando vim para casa, continuei a comer muito poucochinho... mesmo muito pouco!!
Ao fim de alguns dias de estar em casa, disse ao Zé que não evacuava desde que saíra do hospital. Ele ficou muito preocupado. Telefonou ao médico cirurgião e este quando se apercebeu dos dias que já tinham passado ( quase 15 dias!!) ficou muito preocupado e mandou-o comprar um clister Glyss-go.
Pus o clister, mas não resolveu nada!! O clister não saiu e eu não tinha qualquer vontade de evacuar; o meu marido foi à farmácia dizer à farmacêutica que não tinha dado resultado. Tomei Gutalax, bebi chá para os intestinos, etc, etc... nada dava resultado!
Eu estava preocupadíssima. Só pensava que tinha que voltar para o hospital, e que talvez tivesse que ser operada, de novo!!! Sentia-me péssima.
Ao fim de 2 ou 3 dias, com a ajuda de um chá, que se chama Tisana Imperial, e com um clister de 1,5 l de água morna, lá consegui evacuar. Foi pior do que ter um filho!!! as fezes estavam sequíssimas, em bolas que pareciam pedras, e eu não podia fazer força pois os pontos da costura não estavam cicatrizados...
Fiquei de rastos... nem força tinha para chegar à cama!!... Como é possível resistir-se a tanto sofrimento físico, a tanta dor!! ...






sexta-feira, 9 de maio de 2008

A CHUVA E O FRIO LÁ FORA...

Pela janela do quarto, via o tempo de Inverno, que fazia lá fora.
Fazia muito frio, e a chuva caía continuamente. Eu não me atrevia a sair da cama. Com muito esforço, ia sentar-me na sala, sem olhar a televisão.
A minha amiga E., que é médica, aparecia quase todos os dias lá em casa. Então, queria que eu me animasse, que eu reagisse e que não estivesse naquela apatia constante.
Então dizia ao Zé, que ele tinha que me levar a passear, à beira mar ou a um outro lado qualquer, para que eu me visse obrigada a reagir!!
Lá fora, a chuva caía ineterrupta e um denso nevoeiro cobria tudo. A noite surgia por volta das 17 horas!!! tudo era cinzento e triste... até a natureza estava solidária comigo!!!
Como era possível eu ir sair, ir passear com um tempo daqueles, se nem forças eu tinha para me deslocar do quarto para a sala??!!
Eu achava que a E. tinha razão, e que era eu quem não fazia um pequeno esforço para sair daquela situação!!! Mas eu não conseguia... era impossível sair de casa naquelas condições!!!









AS ORIENTAÇÕES DA DIETISTA

Conforme referi anteriormente, não tive quase nenhum apoio da dietista.
Mandei o mail à dietista pedindo-lhe algumas orientações. Passo a transcrever o que ela me enviou por mail:

Boa tarde Zu,

Tal como combinado em conversa telefónica,abaixo descrevo algumas orientações nutricionais a ter em conta:

- As refeições do p. almoço e lanche podem ser constituídas por: leite e iogurte magro, chá com 1/2 pão mistura (25g) ou 2 colheres de corn-flakes (do género Kellog's K), becel, 1 fatia de fiabre magro, 1 fatia de queijo magro ou queijo fresco;

- Meio da manhã e ceia: Sumo de fruta natural, iogurte ou leite magro, 1 peça de fruta

- Almoço / jantar: alternar sopa com prato. O prato deve ser constituído por carne ou peixe (bem cozinhados) - NÃO COMER FRITOS OU MOLHOS - 1 colher de arroz ou massa ou 1batata ou 1 bola de puré de batata; mais 1 colher de sopa de legumes bem cozinhados.

Comer a fruta do almoço e do jantar 1h30 depois das refeições em questão.


Sempre que tiver enfartada pare e descanse.
Beba água moderadamente e nunca 30 minutos antes ou após as refeições.
Mastigue muito bem os alimentos.
Evite comer fritos e doces.

Julgo não me ter esquecido de nada, no entanto se tiver qualquer dúvida entre em contacto comigo.


Não se esqueça: vá à rua beber o seu café (carioca).

Beijinhos,

R.G.

OS VÓMITOS

Todos os dias, me sentia como se estivesse grávida! o enjoo era constante. Se não comia ficava agoniada e quando comia ficava com vómitos e mal disposta!
Cheguei a uma altura que não sabia o que fazer.
Várias vezes, telefonei ao médico operador, que mostrava alguma apreensão e mesmo preocupação. Chegou a mandar-me fazer uma radiografia ao estômago, que eu não fiz, pois estava farta de exames clínicos, de médicos e de sofrimento.
Nunca tive apoio nem orientação da dietista, pois estava de licença de parto e por isso, eu apenas a tinha consultado antes da operação.
O que eu comia ou bebia era escolhido por mim, segundo os meus critérios. Sentia-me confusa e saturada...
Mas, o tempo foi passando e aos poucos a má disposição foi-se atenuando. Hoje, 6 meses depois de ter feito a cirurgia do bypass gástrico, já como de quase tudo.
Às vezes, ainda fico mal disposta e preciso de vomitar. Actualmente, não me sinto tão enjoada e aos poucos vou recuperando o apetite...

A TROMBOFLEBITE - 27 DE DEZEMBRO

Há já alguns dias, que me doía a perna direita. Na coxa apareceu-me uma mancha vermelha, bastante grande.
Marquei consulta e fui ao médico de clinica geral. Quando ele viu a mancha vermelha, disse-me que desconfiava que seria uma tromboflebite, mas que eu teria de ir fazer uma ecodoppler para se ter a certeza. Alertou-me para os perigos que eu corria e aconselhou-me a ir imediatamente a uma urgência. Eram 7 horas da tarde, já era noite e fazia bastante frio. A minha filha tinha ficado em casa à nossa espera. Eram horas de jantar.
Tanto eu como o Zé estávamos confusos, pois mais uma vez, nos víamos confrontados com um problema! O médico insistia para que eu fosse vista por um especialista, com urgência.
Decidimos ir para casa e ir no dia seguinte logo pela manhã, ir às urgências do Hospital dos SAMS.
Eu estava preocupada, pois tinha consciência do perigo que estava a correr.
Logo de manhã, fomos os três ao Hospital. Eu só pensava que poderia ficar ali internada de novo, isso angustiava-me, mas não o dava a conhecer.
O médico diagnosticou uma tromboflebite; mandou-me fazer a ecodoppler, onde se confirmou uma tromboflebite profunda na perna direita. A médica que me fez a ecodoppler disse-me que o caso era complicado e que iria falar com o colega, pois achava que eu devia ficar internada!! Fiquei mais uma vez sem palavras!! Tinha saído do Hospital no dia 7 e 20 dias depois, ia de novo ser internada!!! Não era possível estar-me a acontecer a mim!!!
Fomos mostrar o exame ao médico e este tranquilizou-me um pouco. Não via necessidade de eu ser internada, pois vivia muito perto do Hospital. Receitou-me 20 injecções, levei logo uma, no consultório e fez-me muitas recomendações para que eu estivesse alertada a alguns sinais de perigo.
Voltámos para casa. Eu tinha uma tromboflebite. Sentia-me doente, mas sobretudo muito saturada com toda esta situação.
No dia 31 de Dezembro, festejava-se a passagem do ano de 2007 para o ano de 2008.
A minha filha e o meu genro foram para casa de uns amigos, para festejarem a passagem do ano.
Eu não tinha vontade para nada. Ainda me sentei na sala para ver o programa de fim de ano na televisão, mas mal tinha começado o programa e já eu ia a caminho do quarto, para me deitar.
Os meus pais e o meu marido ainda me disseram para ficar mais um pouco até à meia noite, mas eu não me sentia com forças físicas e psicológicas para estar ali.
Eram demasiadas "coisas" para quem tinha acabado de sair de uma complicação e já estava noutra!...