Pela janela do quarto, via o tempo de Inverno, que fazia lá fora.
Fazia muito frio, e a chuva caía continuamente. Eu não me atrevia a sair da cama. Com muito esforço, ia sentar-me na sala, sem olhar a televisão.
A minha amiga E., que é médica, aparecia quase todos os dias lá em casa. Então, queria que eu me animasse, que eu reagisse e que não estivesse naquela apatia constante.
Então dizia ao Zé, que ele tinha que me levar a passear, à beira mar ou a um outro lado qualquer, para que eu me visse obrigada a reagir!!
Lá fora, a chuva caía ineterrupta e um denso nevoeiro cobria tudo. A noite surgia por volta das 17 horas!!! tudo era cinzento e triste... até a natureza estava solidária comigo!!!
Como era possível eu ir sair, ir passear com um tempo daqueles, se nem forças eu tinha para me deslocar do quarto para a sala??!!
Eu achava que a E. tinha razão, e que era eu quem não fazia um pequeno esforço para sair daquela situação!!! Mas eu não conseguia... era impossível sair de casa naquelas condições!!!
sexta-feira, 9 de maio de 2008
AS ORIENTAÇÕES DA DIETISTA
Conforme referi anteriormente, não tive quase nenhum apoio da dietista.
Mandei o mail à dietista pedindo-lhe algumas orientações. Passo a transcrever o que ela me enviou por mail:
Boa tarde Zu,
Tal como combinado em conversa telefónica,abaixo descrevo algumas orientações nutricionais a ter em conta:
- As refeições do p. almoço e lanche podem ser constituídas por: leite e iogurte magro, chá com 1/2 pão mistura (25g) ou 2 colheres de corn-flakes (do género Kellog's K), becel, 1 fatia de fiabre magro, 1 fatia de queijo magro ou queijo fresco;
- Meio da manhã e ceia: Sumo de fruta natural, iogurte ou leite magro, 1 peça de fruta
- Almoço / jantar: alternar sopa com prato. O prato deve ser constituído por carne ou peixe (bem cozinhados) - NÃO COMER FRITOS OU MOLHOS - 1 colher de arroz ou massa ou 1batata ou 1 bola de puré de batata; mais 1 colher de sopa de legumes bem cozinhados.
Comer a fruta do almoço e do jantar 1h30 depois das refeições em questão.
Sempre que tiver enfartada pare e descanse.
Beba água moderadamente e nunca 30 minutos antes ou após as refeições.
Mastigue muito bem os alimentos.
Evite comer fritos e doces.
Julgo não me ter esquecido de nada, no entanto se tiver qualquer dúvida entre em contacto comigo.
Não se esqueça: vá à rua beber o seu café (carioca).
Beijinhos,
R.G.
Mandei o mail à dietista pedindo-lhe algumas orientações. Passo a transcrever o que ela me enviou por mail:
Boa tarde Zu,
Tal como combinado em conversa telefónica,abaixo descrevo algumas orientações nutricionais a ter em conta:
- As refeições do p. almoço e lanche podem ser constituídas por: leite e iogurte magro, chá com 1/2 pão mistura (25g) ou 2 colheres de corn-flakes (do género Kellog's K), becel, 1 fatia de fiabre magro, 1 fatia de queijo magro ou queijo fresco;
- Meio da manhã e ceia: Sumo de fruta natural, iogurte ou leite magro, 1 peça de fruta
- Almoço / jantar: alternar sopa com prato. O prato deve ser constituído por carne ou peixe (bem cozinhados) - NÃO COMER FRITOS OU MOLHOS - 1 colher de arroz ou massa ou 1batata ou 1 bola de puré de batata; mais 1 colher de sopa de legumes bem cozinhados.
Comer a fruta do almoço e do jantar 1h30 depois das refeições em questão.
Sempre que tiver enfartada pare e descanse.
Beba água moderadamente e nunca 30 minutos antes ou após as refeições.
Mastigue muito bem os alimentos.
Evite comer fritos e doces.
Julgo não me ter esquecido de nada, no entanto se tiver qualquer dúvida entre em contacto comigo.
Não se esqueça: vá à rua beber o seu café (carioca).
Beijinhos,
R.G.
OS VÓMITOS
Todos os dias, me sentia como se estivesse grávida! o enjoo era constante. Se não comia ficava agoniada e quando comia ficava com vómitos e mal disposta!
Cheguei a uma altura que não sabia o que fazer.
Várias vezes, telefonei ao médico operador, que mostrava alguma apreensão e mesmo preocupação. Chegou a mandar-me fazer uma radiografia ao estômago, que eu não fiz, pois estava farta de exames clínicos, de médicos e de sofrimento.
Nunca tive apoio nem orientação da dietista, pois estava de licença de parto e por isso, eu apenas a tinha consultado antes da operação.
O que eu comia ou bebia era escolhido por mim, segundo os meus critérios. Sentia-me confusa e saturada...
Mas, o tempo foi passando e aos poucos a má disposição foi-se atenuando. Hoje, 6 meses depois de ter feito a cirurgia do bypass gástrico, já como de quase tudo.
Às vezes, ainda fico mal disposta e preciso de vomitar. Actualmente, não me sinto tão enjoada e aos poucos vou recuperando o apetite...
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O BYPASS GÁSTRICO
A TROMBOFLEBITE - 27 DE DEZEMBRO
Há já alguns dias, que me doía a perna direita. Na coxa apareceu-me uma mancha vermelha, bastante grande.
Marquei consulta e fui ao médico de clinica geral. Quando ele viu a mancha vermelha, disse-me que desconfiava que seria uma tromboflebite, mas que eu teria de ir fazer uma ecodoppler para se ter a certeza. Alertou-me para os perigos que eu corria e aconselhou-me a ir imediatamente a uma urgência. Eram 7 horas da tarde, já era noite e fazia bastante frio. A minha filha tinha ficado em casa à nossa espera. Eram horas de jantar.
Tanto eu como o Zé estávamos confusos, pois mais uma vez, nos víamos confrontados com um problema! O médico insistia para que eu fosse vista por um especialista, com urgência.
Decidimos ir para casa e ir no dia seguinte logo pela manhã, ir às urgências do Hospital dos SAMS.
Eu estava preocupada, pois tinha consciência do perigo que estava a correr.
Logo de manhã, fomos os três ao Hospital. Eu só pensava que poderia ficar ali internada de novo, isso angustiava-me, mas não o dava a conhecer.
O médico diagnosticou uma tromboflebite; mandou-me fazer a ecodoppler, onde se confirmou uma tromboflebite profunda na perna direita. A médica que me fez a ecodoppler disse-me que o caso era complicado e que iria falar com o colega, pois achava que eu devia ficar internada!! Fiquei mais uma vez sem palavras!! Tinha saído do Hospital no dia 7 e 20 dias depois, ia de novo ser internada!!! Não era possível estar-me a acontecer a mim!!!
Fomos mostrar o exame ao médico e este tranquilizou-me um pouco. Não via necessidade de eu ser internada, pois vivia muito perto do Hospital. Receitou-me 20 injecções, levei logo uma, no consultório e fez-me muitas recomendações para que eu estivesse alertada a alguns sinais de perigo.
Voltámos para casa. Eu tinha uma tromboflebite. Sentia-me doente, mas sobretudo muito saturada com toda esta situação.
No dia 31 de Dezembro, festejava-se a passagem do ano de 2007 para o ano de 2008.
A minha filha e o meu genro foram para casa de uns amigos, para festejarem a passagem do ano.
Eu não tinha vontade para nada. Ainda me sentei na sala para ver o programa de fim de ano na televisão, mas mal tinha começado o programa e já eu ia a caminho do quarto, para me deitar.
Os meus pais e o meu marido ainda me disseram para ficar mais um pouco até à meia noite, mas eu não me sentia com forças físicas e psicológicas para estar ali.
Eram demasiadas "coisas" para quem tinha acabado de sair de uma complicação e já estava noutra!...
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