sexta-feira, 4 de abril de 2008

DIA 21 DE NOVEMBRO - CUIDADOS INTENSIVOS

O Zé escreveu:
"Fui visitá-la aos cuidados intensivos. Encontrei-a mais calma. Já não tinha a máscara do oxigénio.
Estive com o médico cirurgião e disse-me que a TAC feita ontem está bem. Disse-me que o trânsito intestinal fez-se bem, com o contraste que foi aplicado.
A febre que ontem passou dos 39,5º baixou consideravelmente, estava com 37,1º. O médico garantiu-me que do ponto de vista cirúrgico está tudo bem!!!???; agora é esperar que os intestinos comecem a funcionar e a respiração volte ao normal. "
A minha permanência nos cuidados intensivos não foi tão tranquila como o Zé escreve nos seus apontamentos.
Na verdade, sentia-me muito doente. Procurava alhear-me dos barulhos à minha volta, pois havia doentes em grande sofrimento, e duas pessoas morreram enquanto lá estive.
Estava muito apática. Sei que dormia e acordava o tempo todo.
Estava com uma septicémia, que me deixou de rastos. Continuava a ser alimentada com alimentação parentérica e tinha imensos aparelhos ligados a mim.
A médica dos cuidados intensivos era uma simpatia, muito meiga e muito atenta a qualquer movimento ou queixume. Vinha frequentemente junto da minha cama, perguntava-me como me sentia e afastava-se com uma expressão bastante preocupada.
Pedi ao Zé que telefonasse à minha amiga Deolinda, médica de Medicina Tradicional Chinesa, para que ela viesse ver-me e dar-me algum consolo e alento.