domingo, 18 de maio de 2014

RESPOSTA A MM

16 de Maio de 2014
Olá Zu!
Li recentemente o seu blog sobre o bypass gástrico e a odisseia/tormenta por que passou há uns anos e, como ando a pensar fazer o mesmo, gostaria de saber se está disponível para me ajudar com algumas dúvidas atrozes que me passam pela moleirinha..???!!
De algum modo identifico-me consigo,sou também ex-professora de 2ºciclo aposentada e espoliada, tenho 59 anos a caminho dos sessenta, e não me revejo nadinha na pessoa corpulenta em que me tornei desde há uns 10 anos.Por acaso, não nos teremos cruzado em 1975 na escola Preparatória de Borba????
Não se sinta obrigada a nada. Aproveito para lhe dar os parabéns por tudo o que tem feito na vida e pela coragem demonstrada. 
Um abraço,
MM

18 de Maio de 2014
Olá  PP
Depois de ter recebido o seu mail fui ver o meu blog ( penso que há mais de 2 anos que não ia lá!) e estive a ler o que escrevi em 2008. Foi na verdade terrível. Quando saí do hospital e nos 2 ou 3 meses seguintes emagreci imenso, perdi mais de 30 KG. Sentia-me muito doente . Depois a seguir a essas operações ainda fiz mais 2, uma a uma hérnia incisional ( a costura fez uma hérnia) e outra ao joelho direito, devido a uma grande queda, que ficou muito  doente devido ao acidente de 2001. Como vê durante 2  anos não consegui libertar-me do sofrimento. Agora sinto-me melhor, felizmente. 
Tenho todo o gosto em ajudá-la, mas o meu exemplo é muito atípico, visto que há pessoas  que não têm quaisquer problemas. Uma amiga minha que era muito maisgorda do que eu, tinha a operação marcada para depois da minha. Quando me aconteceu tudo aquilo, ela já não queria ser operada, então eu convenci - a a sê-lo. Hoje está elegantérrima. Teve um acompanhamento psicológico e dietético muito bom  no Hospital de Setúbal; aqui em Casa Branca, mora  uma jovem de 28 anos , que era muito forte desde nascença, , fez um bypass gástrico há 2 meses no Hospital de Évora e está muito bem, teve um acompanhamento óptimo e não teve quaisquer complicações . 
Se me perguntar se eu voltava a  fazer o mesmo??!!, digo-lhe que penso muitas vezes nisso e ainda não consegui encontrar uma resposta. Mas uma coisa é certa... tenho que fazer dieta para o resto dos meus dias, e estou a engordar pois tenho uma vida sedentária, ( as minhas actividades são todas sentada!!) e gosto muito de doces. Já há muito anos que só como bolos sem creme, mas mesmo assim continuo a engordar . Devia riscar os açucares da minha alimentação mas não consigo. além disso sofro de alergias e tenho que tomar um antialérgico todos os dias, e sei que este me abre o apetite.
É muito angustiante todo este processo. Tenho consciência de que estou a fazer mal, mas mesmo assim não resisto a um bolinho, a uma bolacha...  a cabeça é que comanda tudo isto e na minha vida têm acontecido tantos acontecimentos traumáticos, e a vida no dia-a-dia é tão complicada de se viver, que por mais consciência que se tenha, nada é fácil. 
Nunca dei aulas em Borba. sempre dei aulas em Lisboa e região de Lisboa. Em 1998/1999 vim para o Alentejo, e fui dar aulas para a escola  EB 2, 3 de Sousel, onde me mantive até há 2 anos, quando me reformei.
Se vive perto de Estremoz,  podemos encontrar-nos em Estremoz, onde vou 2 a 3 vezes por semana,. Vamos combinar. Podemos lanchar e falar de tudo o que a aflige. 
Aguardo o seu contacto.


Zuzu 30 de Abril 2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PODEM CONTACTAR-ME

Há muito tempo que não vinha aqui ao blog. Vi que tenho tido muitas visitas. Confesso que me senti mal, pois era meu dever para quem me visita, saber mais coisas a  respeito da minha evolução com o bypass gástrico... Agora vou tentar escrever aqui alguma coisa de tempos a tempos.
Tenho uma página de Facebook  zuzu baleiro
mail  zubaleiro@gmail.com
 blog onde escrevo com regularidade 
 http://zuzu-luzazul.blogspot.com

quem estiver interessado na minha opinião ou na minha experiência com o bypass gástrico pode contactar-me



A MINHA "AVENTURA" COM O BY-PASS GÁSTRICO

No dia 30 de Outubro de 2007, dei entrada no Hospital dos SAMS para ser operada no dia 31.

Estava bem disposta, calma e confiante de que tudo iria correr como o médico cirurgião me dissera.

No dia 31 de Outubro fui operada para fazer o by-pass gástrico. A operação demorou cerca de 4 horas e tinha corrido bem.

Quando estava para acordar da anestesia, comcei a ter uma enorme falta de ar. Não conseguia respirar e de imediato chamaram um médico pneumologista que me fez uma punção ao pulmão esquerdo. Adormeci de imediato e não me recordo de mais nada.

Essa enorme falta de ar foi originada por um pneumotorax. Quando me colocaram o catecter, tocaram no pulmão e fizeram-me um pneumotorax.

Acordei nos cuidados intermédios. Sentia-me bastante combalida e o pulmão esquerdo doía-me bastante.

No dia 1 de Novembro, da parte da tarde, levaram-me para o meu quarto.

EM CASA

Depois de regressar da clínica em Dezembro de 2008
A enfermeira vinha todos os todos os dias fazer-me o penso. Alguns dos pontos infectaram.

Praticamente não comia nada. O apetite desaparecera completamente e nada me apetecia. Sentia-me muito, muito fraca. Passava o tempo na cama, pois não tinha forças para me levantar.
Durante 15 dias não evacuei. estava preocupadíssima.
Depois de tomar todo o género de medicamentos para a obstipação, com muitos clisters lá consegui fazer cóco. Foi terrível

TRÊS MESES DEPOIS...

3 meses depois da operação

COMO ESTOU...

Atenção isto foi escrito em 2008
Há dias,um grande amigo dizia-me: " Ò Zuzu! agora tens que escrever coisas mais agradáveis, pois os teus textos estão muito "deprimentes" !" eu concordei totalmente com a opinião dele.

Então, sentei-me ao PC e comecei a arquitectar um texto para este blog. Mas, as ideias chocavam-se e as mais optimistas deixavam-se ultrapassar pelas pessimistas!! assim, fechei o PC e não escrevi nada!!!

Nunca fui pessimista. Sempre olhei para os acontecimentos traumáticos e terriveis
que me têm sucedido com um olhar de grande esperança, que um dia as coisas melhorariam! e assim, fui enfrentando problemas e mais problemas...
Agora, com a cirurgia do bypass gástrico não tem sido nada fácil! todos os dias surgem novidades "más" Quando acordo para mais um dia, penso: "O que me sucederá hoje?"

Há dias, inscrevi-me no novo ginásio do André, em Estremoz, para começar a praticar "Pilates". Fui à 1ª sessão, correu bem, mas senti-me receosa pois todos os exercícios se centram na contracção da barriga e do estômago.
Na sua aula apareceu-me um alto na barriga, junto da costura. fui de imediato ao médico e é uma hérnia incisional!!!
Fui operada correu bem, mas não quero pensar em que tenho que voltar aquela sala de operações

DIA 2 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

O médico não apareceu para me ver. A situação estava a evoluir favoravelmente. A febre desapareceu, mas continuo a fazer o antibiótico para a infecção urinária

POR ONDE ANDARÁ A GINA????

QUINTA-FEIRA, 24 DE DEZEMBRO DE 2009
Feliz Natal e Bom Ano 2010
Olá Familia XXL!sorriso.gif

A Sapo descontinuará ao fim de 3 anos e meio a antiga plantaforma no final do mês, momento a partir do qual deixará de ser possível aceder-lhe.
NADA será apagado, por isso poderão vir cá ler e tirar duvidas sempre que necessitarem...

Confesso que algo apertou cá dentro ao saber desta decisão...

Desde que este blog nasceu que muitas emoções vivi...
Tive alegrias e desilusões...
Tive fraquezas e força...
Tive problemas e desafios...
Tive que ser forte quando a emoção era muita...
Tive orgulho de VÓS e orgulho de MIM!
Cresci por dentro e amei MUITO tudo o que fiz aqui...
Ganhei amigos e quis o destino que ganhasse também uma familia...

Não me levem a mal, mas quero aqui deixar um agradecimento ESPECIAL...á minha MÃE...sorriso.gif

Meio a medo, sempre me apoiou nas minhas loucuras desde o primeiro instante, fossem elas quais fossem...

Sempre fez questão de estar presente, ajudar e participar em tantos eventos que durante estes anos se realizaram.
Recebeu de braços abertos esta familia virtual, que ela tanto sabe que é importante para mim...

A si mãe, o meu OBRIGADA por esse amor incondicional ...
Se hoje se sente orgulhosa de mim...Sinta-se muito mais orgulhosa de si mesma!!
Porque se sou como sou, deve-se aos valores que me transmitiu...

A minha mãe passou a ser apelidada como "mãe" por muitos de vós... e isso deixa-me muito orgulhosa dela e ...de vocês!

Acreditem que orgulho-me MUITO de vos ter conhecido, no entanto gostaria que nesta quadra refletissem apenas nisto...

Pessoas especiais são aquelas que têm a habilidade de se doarem aos outros, e de ajudá-los com as mudanças que surjem nos seus caminhos.
Nunca esqueçam isto! E tornem-se especiais!


E claro que não posso terminar sem vos dizer... NUNCA DESISTAM!sorriso.gif

feliz natal 2009.wmv

HÁ QUANTO TEMPO QUE NÃO ESCREVO AQUI!!!

Ontem recebi uma mensagem  da Patrícia P. dizendo-me que tinha lido o blogue De uma laranja a dois gomos, e que estava interessada em saber como decorria a minha vida, 6 anos após o bypass gástrico. Há quanto tempo eu não vinha aqui!!! Resolvi ler tudo o que escrevi e confesso que fiquei muito angustiada. Passei por tanto, 4 operações, septicemia, cuidados intensivos, a morte a rondar a minha cama... eu a sentir-me partir... tanta gente preocupada comigo...
Felizmente, o ser o humano tem a capacidade de esquecer. O tempo tudo leva... e na verdade o meu padecimento com o bypass gástrico no meu inconsciente não é mais que uma ténue lembrança, já me esqueci do que passei.
Contudo, não me esqueço nunca de que fiz o bypass gástrico, pois o organismo dá sinal. Algo se modificou radicalmente no meu corpo. às vezes pergunto-me: " Como estará o meu estômago????" Não consigo perceber como é que o meu sistema digestivo está a funcionar.???? Eu como muito pouco, mas a vontade de comer doces mantém-se. 
No dia-a-dia, eu como pouco, uma comida muito simples sem grande temperos nem condimentos e raramente em casa me sinto mal disposta. Mas quando vou ao restaurante e como uma comida diferente da habitual, talvez mais pesada e mais temperada, apesar de comer pouco, fico cheia. depois, nunca dispenso a sobremesa, e aí é que fica tudo estragado!!! mando vir uma sobremesa conventual ou outro doce e apesar de não conseguir comer a dose toda, fico mal disposta e a sentir que não devia ter comido. Mas já está... e por isso tenho que aguentar a má disposição. Já muito raramente vomito, mas muitas vezes tenho que recorrer à água das Pedras e esperar que pouco a pouco a comida se digira...
Aos poucos, tenho vindo a engordar. Não emagreço. pelo contrário, todos os meses engordo uns gramas. Assim, dos 69 Kg que tinha quando saí do hospital, nestes 6 anos, já engordei 10 Kg, o que me deixa angustiada e irritada.
Sei que não faço qualquer  tipo de actividade física, que ando pouquíssimo ( dado a minha dificuldade de andar) , tenho uma vida sedentária, muitas horas sentada ao computador, a escrever e a ler. Faz este mês de Maio, 2 anos que estou reformada. Não tenho necessidade de andar a correr, nem de ter horários rígidos. Tranquila e calmamente  vivo o meu dia a dia. Nunca gostei de praticar exercício físico e agora com 65 anos, não me esforço mesmo nada para praticar qualquer actividade. Sei que devia caminhar, fazer uma caminhada de 20 minutos a 30 minutos, mas qualquer mudança na meteorologia é desculpa para eu não ir caminhar. Se está muito frio, chuva e vento não vou. se está muito sol não vou. Se ...
Quem faz um bypass gástrico  vai levar o resto da vida a fazer dieta. Nunca mais pode comer como comia antes da operação. Não consumo bebidas alcoólicas, por isso, aí estou tranquila, mas os doces são a minha perdição e a minha eterna tentação. 
Não tenho consultas de psicologia, mas sinto que deveria ter. Contudo, a minha disponibilidade económica neste momento de crise não me deixa ter acompanhamento psicológico, por isso faço eu mesma a minha terapia.
Não me gosto de ver nas fotografias, sinto que estou a começar a estar gorda, e isso cria-me uma angústia, uma revolta (contra mim!!!), uma decepção... 
Zuzu dia 30 de Abril de 2014

Zuzu 30 de Abril de 2014

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A MINHA ALUNA ANA

Hoje, tive a primeira sessão com os alunos do RVCC secundário. De entre todos, destacava-se a D. Ana, que punha questões e fazia perguntas pertinentes; estava atenta e interessada. Disse que tinha um texto sobre a banda gástrica, que ela tinha colocado há cerca de 1 ano.
No final, ficámos a conversar. Afinal tínhamos interesses comuns. Ela emagreceu 36 kg. Está elegante, bonita e satisfeita com o resultado.
Em Setembro, foi novamente operada porque a banda deslocou-se do sítio. Está ainda em recuperação. Falámos das nossas incertezas quanto à alimentação, das nossas angústias, das nossas vontades, de nosso gosto pela leitura. Fiquei contente por tê-la como aluna... certamente, vai fazer um portfolio bastante completo.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A MINHA MENTE NÃO "SABE" QUE FIZ O BYPASS GÁSTRICO

A minha mente e o meu inconsciente ainda não reconhecem que eu já não sou a mesma pessoa!!! que depois da cirurgia do bypass gástrico não necessito de comer aquilo que comia anteriormente. Às vezes, esqueço-me que agora, tudo aquilo que eu como, tem de ser em quantidades mínimas.
Estava no Algarve e fui ao Shopping da Guia fazer umas compras. Comecei a ter vontade de comer um gelado. Então, eu, o meu marido e uma amiga nossa fomos à zona dos restaurantes. Sentaram-se a uma mesa a beber um café e eu fui à gelataria. O gelado era tipo italiano, com uma apresentação belíssima, as cores atraíam e estimulavam o desejo. Assim, quando a empregada me perguntou quantas bolas queria, eu respondi de imediato: - " Três bolas, SFF!!!. Escolhi um cone com limão, tangerina e café... e o gelado ficou enorme!!!
Fui toda contente juntar-me ao meu marido e à D.. Quando cheguei à mesa, eles olharam estupefactos para o enorme gelado que eu trazia.
O meu marido disse logo:- " Mas tu não vais conseguir comer isso tudo!!!"
E eu, que estava com uma enorme vontade de comer o gelado, respondi de imediato: - "Claro que vou! estou cheia de sede!!"
Eles olhavam incrédulos para mim!!! eu sentei-me e comecei a saborear aquela delícia. Tinha trazido uma colherzinha e muito devagar e sem pressas fui comendo, comendo o gelado... o meu marido ainda tentou "ajudar-me" a comê-lo, mas eu só lhe dei algumas colherzinhas...
Acabei de comer o gelado e senti imediatamente que tinha feito asneira!!! comecei a sentir-me nauseada e agoniada!!! Fomos para o carro e viemos para casa ( são apenas 4 Km!). Eu vinha muito calada, muito mal disposta... não queria dizer como me estava a sentir, mas era notório que eu não me sentia bem.
Quando chegámos, corri imediatamente para a casa de banho , mas não cheguei a tempo. Vomitei logo no hall. Vomitei o gelado todo. Fiquei muito mal disposta, continuava a sentir-me muito agoniada. Tive que ir para a cama. Adormeci algum tempo depois, quando acordei já estava bem disposta e pronta a ir comer a "sopinha" do jantar...

AS FÉRIAS COM O BYPASS GÁSTRICO

Há muito tempo que não venho aqui ao blogue. Hoje, apesar do adiantado da hora, vou contar como passei as férias e como me senti fisicamente.
Na 2ª quinzena de Agosto, fui para as Termas de Cabeço de Vide, para onde vou há 13 anos, depois da minha filha Marta, com 21 anos, ter falecido de morte súbita. Nesse ano de 1995, não podia sequer pensar em praia ou em férias muito agitadas, assim, pensei ir para Cabeço de Vide, para as Termas que os meus avós paternos frequentavam todos os anos. Levavam-me quase todos os anos com eles e por isso desde muito pequena que eu conheço aquele espaço verdejante e idílico do nosso Alentejo.
Para se fazerem tratamentos é necessário ir-se ao médico do estabelecimento termal. Somos pesados e medem-nos a tenção arterial.
Pus-me em cima da balança e pesava 67,5Kg!!! A empregada olhou para a ficha e viu que no ano anterior, o meu peso era de 105Kg. Olhou espantadíssima para mim, incrédula de que se tratasse da mesma pessoa!!! e na verdade, era mesmo eu, mas agora com menos 30 e tal quilos!!!! eu estava radiante e feliz! Durante todos estes anos, eu fui sempre aumentando o peso. Quando a Marta faleceu, eu pesava 72Kg, depois com a depressão e com o acidente de viação que sofri em 2001, fui aumentando, aumentando e quando dei por mim, pesava 105Kg!!
Durante estes 13 anos, recorri a um número infinito de médicos, endocrinologistas, nutricionistas, dietistas, clínicas de tratamento de corpo, acupunctura, etc. etc. Procurei em todo o lado e nem as dietas, algumas bastante drásticas me solucionaram o meu problema.
E assim, comecei a ter um corpo que eu não controlava. A minha maneira de ser e de estar era a mesma: sempre com um sorriso, bem disposta, de gargalhada fácil, interventiva, mas o corpo não tinha nada a ver com a minha mente e a minha personalidade.
Sentia-me muito mal, o sofrimento psicológico e físico era constante. Decidi então recorrer a um médico cirurgião que realizava operações ao estômago, para colocar a banda gástrica ou fazer um bypass gástrico.
Durante as férias, ainda vomitei algumas vezes, senti-me muitas vezes nauseada, mas como estou tão contente com a minha nova imagem, tudo isso foi relegado para 2º plano...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

ANTES DO BYPASS GÁSTRICO E AGORA

Há muito de não escrevo nada, mas como tinha estas fotos para comentar, resolvi fazê-lo hoje.
Assim, aqueles que me conheciam bem gordinha e anafada, conforme mostra a foto , agora ficam "de boca aberta!" quando me vêem.
Desde o dia em que fui operada até hoje dia 4 de Junho, já perdi 30 Kg!!!??? Na verdade, são muitos quilos!!!
Quando tiver mais tempo, vou relatar a alimentação que faço agora.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

BYPASS GÁSTRICO - CIRURGIA - EM QUE CONSISTE?

Domingo, 11 de Maio de 2008


Transcrevo o artigo sobre bypass gástrico, do site da Sociedade Portuguesa de Cirurgia da Obesidade:
Bypass Gástrico - Após a observação de que as mulheres operadas de gastrectomia subtotal por doença ulcerosa péptica, tendiam a perder peso e que, além disso, lhes era muito dificil aumentar de peso, o Dr. Edward Mason da Universidade de Iowa- EUA, decidiu aplicar o mesmo principio à obesidade, criando a chamada cirurgia de bypass gástrico.
Desde o seu aparecimento, múltiplas modificações lhe foram introduzidas na tentativa de melhorar a perda de peso e minorar as complicações ( bolsa de 50c.c. ou menos, criação da gastroenterostomia com 0,9 cm, uso da técnica de Y Roux, variando o seu canal alimentar entre 100 e 150 cms, a via retrocólica e retrogástrica).
Um dos principais problemas desta técnica era a ruptura da linha de agrafos que poderia ocorrer até vários anos após a cirurgia, com aumento de peso, limitando assim o seu uso. Esta situação levou a que os cirurgiões começassem a usar técnicas para prevenir esta complicação, realizando assim a secção gástrica.
Entretanto para evitar a dilatação da gastroenterostomia e, assim o aumento de peso, passou-se a utilizar tecido protésico (anel de silastic) imediatamente acima da gastroenterostomia. Este anel tinha como função controlar o tamanho do estoma melhorando o controle do peso a longo prazo.foi descrito por Fobi e Capela que, além do anel interpõe entre as áreas do estõmago seccionadas uma ansa jejunal tentando prevenir a fistula gastro-gástrica. Esta cirurgia é hoje perfeitamente reproduzível por via laparoscópica.
COMPLICAÇÕESAs complicações do bypass gástrico são muito menos severas que as do bypass intestinal, podendo aparecer em várias fases:
COMPLICAÇÕES AGUDAS - A mais severa é a fistula da junção gastro-jejunal, provocando necessidade de cirurgia urgente ao paciente pelo risco de complicações mais severas (sepsis). Outras complicações embora muito importantes, mas que não põem em risco o paciente é a dilatação gástrica aguda, a atelectasia pulmonar e infecção, obstrução aguda do Y de Roux, infecção da parede.
AS COMPLICAÇÕES TARDIAS INCLUEM:
Estenose da anastomose gastro- jejunal. Anemia por falta de ferro em particular na mulher menstruada. Deficiência de vit. B12. Deficiência de calcio com osteoporose. Dumping. Úlceras da boca anastomótica. Apesar do número de complicações parecer elevado, elas não são ameaçadoras do tipo de vida, e é considerada actualmente como o gold standard da cirurgia bariátrica.
Publicada por LuzAzul em Domingo, Maio 11, 2008

domingo, 11 de maio de 2008

BYPASS GÁSTRICO - ARTIGO DA REVISTA MÁXIMA

Este trabalho sobre as diversas cirurgias de redução de estômago da autoria de Júlia Serrão, foi publicado pela Revista Máxima, é bastante interessante. Elucida bastante quem não está dentro deste assunto.
Assim, passo a transcrevê-lo:

As cirurgias de redução do estômago, pouco conhecidas em Portugal, são uma resposta eficaz para a perda de peso, mas apenas para os casos mais extremos.
Por Júlia Serrão

Ana Pontes - Depois de um tratamento para a depressão, Ana Pontes engordou 56 quilos, passando a pesar 120 Kg. Tinha 18 anos e a vida pela frente. Mas não a viveu. Fez 80 dietas orientadas por especialistas e só conseguiu ganhar ainda mais peso. Durante oito anos isolou-se do mundo… e dela própria. Para trás ficou a juventude, um 12.º ano concluído com média de 19 valores e uma vontade imensa de ir para a faculdade. “Deixei de andar na rua, pois não suportava o olhar e os comentários das pessoas acerca do meu corpo. Para além disso, tinha de me deslocar com a ajuda de muletas. Deixei de me olhar ao espelho, perdi a auto-estima… e tentei quatro vezes o suicídio”, conta.
Em Setembro de 2002, Ana Pontes foi submetida a uma cirurgia bariátrica – a gastroplastia – em que lhe foi introduzida uma banda gástrica no estômago. Tinha então 166 quilos. Actualmente pesa 87, menos 79, mas diz que ainda pretende perder mais 22. “Nasci de novo”, comenta, acrescentando: “Hoje saio para todo o lado, uso sapatos com saltos de sete centímetros, faço tudo o que não fiz e mais alguma coisa… e o mais importante, voltei a gostar de mim”.


A operação de redução do estômago apresenta-se como uma solução bem sucedida para indivíduos que sofrem de obesidade mórbida. E apenas estes. São candidatos a este tipo de intervenção pessoas com índice de massa corporal (IMC*) acima dos 40, e dos 35 desde que sofram de doenças complicadas associadas ao problema de excesso de peso e que, com a operação, possam melhorar.

A intervenção comporta alguns riscos – cada vez menos, é certo –, mas os pacientes, por si só, também já são de risco devido ao seu peso excessivo.
Os resultados são incontestavelmente compensatórios. Para além de possibilitar a estes indivíduos recuperarem a alegria de viver e a auto-estima – porque conseguem reduzir drasticamente o peso –, a cirurgia traz vários benefícios no caso de se detectarem algumas doenças associadas.
Por exemplo: “A cirurgia bariátrica trata a maior parte dos diabéticos. Estes deixam de ter ou passam a controlar melhor a doença. O mesmo acontece com os indivíduos que sofrem de hipertensão, que passam a apresentar valores normais”, explica o cirurgião Rui Ribeiro, um dos especialistas portugueses em cirurgia bariátrica do hospital de S. José.
Mas não é só o índice da massa corporal que faz um candidato à cirurgia de redução do estômago, como normalmente é conhecida. Esta população é criteriosa e regularmente acompanhada, ao longo de meses, por uma equipa interdisciplinar – especialistas em cirurgia, medicina interna, cirurgia plástica, nutrição, psicologia clínica, entre outras –, que trabalha em perfeita harmonia e a quem cabe decidir se o doente pode ser submetido ou não à operação.
Uma das provas de fogo é mostrar capacidade para seguir uma dieta, algo que terão de fazer após a intervenção.
“A pessoa tem que nos demonstrar que tem capacidade para mudar os seus hábitos alimentares, que consegue perder peso através de uma dieta e pode aderir aos princípios por nós determinados, porque o que fazemos com a cirurgia é ajudar o indivíduo a modificar os seus hábitos alimentares. O objectivo é que ele passe a comer com mais qualidade e menos quantidade, corte com as gorduras e os doces.” Ficam assim excluídos todos os indivíduos que sofram de adições, nomeadamente ao álcool e às drogas, “o seu comportamento não garante bons resultados no futuro”, diz o especialista.


Dizem os números - De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é uma ameaça à saúde do Planeta apenas equiparável à fome. É considerada a epidemia do séc. XXI.
A obesidade mórbida é das doenças mais prevalecentes na actualidade e a que tem maior taxa de crescimento. • Nalguns países – nomeadamente nos Estados Unidos da América, Canadá e Brasil –, a cirurgia bariátrica é a operação, não urgente, mais praticada. Ultrapassa mesmo o número de operações para tratamento de doenças frequentes como as hérnias ou a litíase da vesícula biliar.
Em todo o mundo, cerca de 3000 cirurgiões especialistas em obesidade mórbida operaram
146 300 obesos. Destas operações, dois terços foram bypasses gástricos e um quarto bandas gástricas. Os números indicam que 62,85 por cento foram efectuadas por laparoscopia e apenas 37,15 por cento por via clássica aberta.

Em Portugal - Nos últimos cinco anos, foram submetidos a cirurgias de redução do estômago 1500 portugueses.
Estima-se que, existindo cerca de 100 mil obesos mórbidos em Portugal, pelo menos 20 mil venham a desejar realizar este tipo de intervenção.

A colocação da banda gástrica não é a única opção em cirurgia bariátrica, mas é seguramente a mais conhecida em Portugal. Dentro do mesmo tipo de operação ou técnica, dita restritiva, ou seja “aquela em que se faz uma restrição à quantidade de alimentos que podem entrar no estômago”, explica Rui Ribeiro, podemos encontrar ainda a gastroplastia vertical anelada.
A diferença entre as duas é muito simples: “enquanto na gastroplastia vertical a parte superior do estômago é ‘agrafada’ e apertada com uma espécie de anel, para que apenas um pequeno fragmento de estômago fique a trabalhar, a introdução da banda gástrica visa a divisão deste mesmo órgão, para o mesmo efeito, mas sem agrafamentos ou cortes. O “dispositivo” é colocado na parte superior do estômago e pode reduzir até um décimo a sua capacidade. O resultado é uma sensação precoce de se estar saciado”. A banda é feita de silicone e é insuflável, pelo que pode ser manipulada de acordo com as necessidades, ou seja é possível enchê-la e esvaziá-la ao longo do tempo, permitindo que o paciente coma mais ou menos e, consequentemente, emagreça mais ou menos.
Esta operação, que até há poucos anos era feita por via aberta, actualmente é realizada através da laparoscopia. É uma técnica totalmente revolucionária que permite intervir, sem abrir tanto o abdómen, pelo que se chama cirurgia mini-invasiva ou “cirurgia do conforto”. Para o efeito, basta fazer uns pequenos furinhos no corpo do paciente. “Para além das vantagens imunológicas e estéticas, este método cirúrgico reduz também a dor pós-operatória e as taxas de morbilidade e mortalidade, ou seja o risco do doente ter complicações na cirurgia”, assegura o médico.

As técnicas de má absorção – as menos conhecidas e usadas em Portugal –, onde se incluem a derivação bilio-pancreática, operação de Scopinaro, e a derivação bilio-pancreática com duodenal switch, são intervenções que visam reduzir o intestino delgado, que absorve nutrientes. O primeiro método reduz o intestino para que fique com a extensão de apenas meio metro, enquanto o segundo método faz com que passe a ter apenas um metro. Rui Ribeiro diz que estas técnicas são as mais agressivas de todas. “Provocam má absorção e estão indicadas para casos mais graves, ou seja para doentes que precisem de perder muito peso.”

As técnicas mistas, como o nome sugere, são uma mistura das duas primeiras: da restritiva e da de má absorção. É precisamente neste grupo que se insere a cirurgia bariátrica mais praticada no mundo inteiro: o bypass gástrico.

O bypass-gástrico - O especialista explica do que se trata: “Faz-se um corte numa pequena porção do estômago, a mais alta, onde se cria uma bolsa de 20 centímetros, que depois é ligada directamente ao intestino delgado. Na prática, faz-se uma passagem directa dos alimentos para o meio do intestino, deixando a sua primeira porção (entre 75 cm a 1,5 m) a não absorver”. Assegura: “Resulta muito melhor em termos de perda de peso do que qualquer das restritivas, porque a alteração da anatomia que é feita condiciona modificações em hormonas.

Doenças ligadas à obesidade

1.Os especialistas são peremptórios: a obesidade em si não é grave, o problema são as doenças que lhe estão associadas, nomeadamente a hipertensão, a diabetes, a hipercolesterolemia, as artroses, as varizes, as insuficiências respiratórias e as cardiopatias, só para citar algumas.

2.Rui Ribeiro lembra que os problemas psicológicos nestes doentes são igualmente devastadores. “As depressões exigem tratamentos psiquiátricos muito longos e muitos dias de absentismo laboral”

3.Finalmente, a limitação da vida social, em parte por automarginalização, é um sofrimento acrescentado e silencioso igualmente recorrente nas pessoas com excesso de peso. As sucessivas tentativas de suicídio são igualmente frequentes no limite desta situação

4.O cirurgião do hospital de S. José alerta: “Não é gordo quem quer. Hoje, sabe-se que existe uma componente genética que determina a doença. E por isso, resolver o problema por via cirúrgica deve ser uma solução ao alcance de todos os que precisam e podem a ela se submeter”
conhecimento e compreensão é muito recente e incompleto”.

O bypass gástrico é uma intervenção mais complexa do que a da banda gástrica e mais difícil de executar .
“Enquanto que a da banda gástrica dura em média cerca de 40 minutos, o bypass gástrico leva aproximadamente duas horas a realizar, mas é uma cirurgia que seguramente se vai impor a curto prazo.”

O balão intragástrico - Para além destas intervenções, há também que contar com as alternativas menos agressivas, nomeadamente o balão intragástrico. É fabricado em silicone, com capacidade de 400 a 700 ml de solução salina, e introduzido no estômago via endoscopia. O seu papel é o de preencher a cavidade do estômago, para que o indivíduo se sinta antecipadamente saciado e, dessa forma, diminua drasticamente a ingestão de alimentos.
“O balão intragástrico pode ser colocado com o objectivo de reduzir o peso no período pré-operatório ou em indivíduos que apresentam contra indicações à cirurgia bariátrica. É o caso daqueles que devido a uma doença cardíaca grave não podem ser submetidos, em segurança, a uma anestesia para cirurgia bariátrica ou outra.” O tempo de permanência máxima deste dispositivo no organismo é de seis meses, mas o doente pode fazer várias substituições ao fim de cada meio ano. Segundo o médico, os resultados deste método não são constantes. “Alguns doentes perdem peso, outros não”, esclarece, adiantando: “O método apresenta tantas complicações como qualquer um dos outros e é quase tão caro quanto a banda gástrica”.

O pacemaker gástrico é outra das opções para quem sofre de obesidade mórbida. Trata-se de um pequeno aparelho, a pilhas, que descarrega impulsos eléctricos com alta frequência na parede gástrica. O objectivo é inibir a fome. É colocado também por laparoscopia. Segundo o cirurgião, os resultados são também muito inconstantes. Além disso, defende que nestas duas últimas técnicas – o pacemaker e o balão intragástrico –, os pacientes perdem muito menos peso do que em qualquer uma das outras. Da mesma forma que o doente deve ser atempadamente preparado para a cirurgia bariátrica, qualquer que ela seja, deve ser acompanhado pelo nutricionista e pelo psicólogo clínico depois de ela ter lugar. Quanto ao médico que operou, esse deve acompanhá-lo para a vida.
*Índice de Massa Corporal = Peso em quilos/Altura2

A QUEDA DO CABELO

Quando comecei a sentir-me um pouquinho melhor, resolvi vir passar uns dias ao Alentejo.
Decidimos ficar para passar aqui a Páscoa.
Aproveitei para ir a uma consulta ao meu médico de família, onde o pus ao corrente de tudo o que eu tinha passado. Como sempre, ouviu-me com muita atenção e tivemos uma conversa bastante elucidativa sobre o meu estado clínico actual.
Queixei-me que me estava a cair muito cabelo. Eu andava já assustada, pois quando lavava a cabeça, no banho, ficava uma mão- cheia de cabelos no ralo do pollibain!!! eram imensos!!!
Claro que eu sabia que a queda do cabelo estava a acontecer, devido às 4 intervenções cirúrgicas a que tinha sido submetida, à septicemia, ao stress do internamento e do pós-operatório, etc. etc. , mas de qualquer modo, pedi-lhe para me receitar um medicamento que viesse parar ou atenuar esta queda de cabelo.
Receitou-me uma loção capilar e uns comprimidos. Comecei a fazer o tratamento, e de início não via melhoras, já estava a ficar desanimada, mas aos poucos, fui-me apercebendo que me caía menos cabelo e que já me estava a aparecer cabelo novo.
Comecei a ficar mais animada e hoje, já sinto o cabelo com mais vida e já me cai muito pouco.

AS COMICHÕES

No Alentejo fazia muito frio; então, sentava-me à braseira e ali ficava a ler, a ver televisão, a ouvir música ou simplesmente a conversar.
Comecei por sentir um ligeiro prurido na perna esquerda, abaixo do joelho... Quando me ia deitar, tinha necessidade de coçar, pois incomodava-me. Não se via nada. Quando coçava aparecia uma ligeira mancha vermelha. Dias depois, comecei a ter comichão nas costas, na zona lombar. Coçava e aparecia a mancha vermelha e pouco mais...
Mas, de dia um dia para o outro, a situação começou a agravar-se... a comichão era constante... e começaram a aparecer uma borbulhinhas vermelhas, que eu coçava desesperadamente...
Fui ao médico dermatologista que diagnosticou uma urticária. Vim para casa, tomar os medicamentos que me recitou e pôr pomada na zona inflamada. Fui fazer análises ao sangue e às fezes, que não revelaram nada.
Passados alguns dias, eu estava pior!!! a comichão já era constante e as borbulhas tinham-se espalhado para a zona da cintura...
Voltei ao médico. Receitou-me outros medicamentos. Comecei novo tratamento, mas sem qualquer resultado... a comichão, as borbulhas e o mau estar não me deixavam sossegar...
Eu dizia ao médico dermatologista que as comichões e as borbulhas se deviam ao stress do pós-operatório, e que era uma reacção do organismo a tanto sofrimento e padecimento. O médico não estava convencido disso... Os dias passavam e eu continuava cada vez pior.
O médico mandou-me fazer uma biópsia. Foi o próprio dermatologista que me fez a biópsia no Hospital de Portalegre. Em meados de Agosto, eu iria lá saber o resultado da mesma.
Mas, quase de um dia para o outro, comecei a melhorar... já não me coçava e sentia-me mais calma, pois aquela manifestação dermatológica deixava-me desesperada, com os nervos em franja!!
Fui para as Termas de Cabeço de Vide, como faço todos os anos. Quando iniciei os tratamentos ainda sentia, uma ligeira comichão, esporadicamente...mas, como quase não tinha comichão, eu ia-me esquecendo de como me sentira durante estes três meses...
Quando me apercebi, já não me coçava, já tinha a pele limpa, sem borbulhas e sem quaisquer manchas...
Estou convencida que todo este problema de pele se deveu ao stress, devido ao sofrimento e ao excesso de medicamentos que me ministraram durante o meu internamento e fora do hospital.
O médico não queria admitir, mas eu estou convencidíssima que o meu diagnóstico é que estava certo!! Quem melhor do que nós próprios, para conhecermos as reacções do nosso organismo, do nosso próprio corpo??!!!

DEPOIS DO BYPASS GÁSTRICO, A PRISÃO DE VENTRE!!!

Quando vim para casa, continuei a comer muito poucochinho... mesmo muito pouco!!
Ao fim de alguns dias de estar em casa, disse ao Zé que não evacuava desde que saíra do hospital. Ele ficou muito preocupado. Telefonou ao médico cirurgião e este quando se apercebeu dos dias que já tinham passado ( quase 15 dias!!) ficou muito preocupado e mandou-o comprar um clister Glyss-go.
Pus o clister, mas não resolveu nada!! O clister não saiu e eu não tinha qualquer vontade de evacuar; o meu marido foi à farmácia dizer à farmacêutica que não tinha dado resultado. Tomei Gutalax, bebi chá para os intestinos, etc, etc... nada dava resultado!
Eu estava preocupadíssima. Só pensava que tinha que voltar para o hospital, e que talvez tivesse que ser operada, de novo!!! Sentia-me péssima.
Ao fim de 2 ou 3 dias, com a ajuda de um chá, que se chama Tisana Imperial, e com um clister de 1,5 l de água morna, lá consegui evacuar. Foi pior do que ter um filho!!! as fezes estavam sequíssimas, em bolas que pareciam pedras, e eu não podia fazer força pois os pontos da costura não estavam cicatrizados...
Fiquei de rastos... nem força tinha para chegar à cama!!... Como é possível resistir-se a tanto sofrimento físico, a tanta dor!! ...






sexta-feira, 9 de maio de 2008

A CHUVA E O FRIO LÁ FORA...

Pela janela do quarto, via o tempo de Inverno, que fazia lá fora.
Fazia muito frio, e a chuva caía continuamente. Eu não me atrevia a sair da cama. Com muito esforço, ia sentar-me na sala, sem olhar a televisão.
A minha amiga E., que é médica, aparecia quase todos os dias lá em casa. Então, queria que eu me animasse, que eu reagisse e que não estivesse naquela apatia constante.
Então dizia ao Zé, que ele tinha que me levar a passear, à beira mar ou a um outro lado qualquer, para que eu me visse obrigada a reagir!!
Lá fora, a chuva caía ineterrupta e um denso nevoeiro cobria tudo. A noite surgia por volta das 17 horas!!! tudo era cinzento e triste... até a natureza estava solidária comigo!!!
Como era possível eu ir sair, ir passear com um tempo daqueles, se nem forças eu tinha para me deslocar do quarto para a sala??!!
Eu achava que a E. tinha razão, e que era eu quem não fazia um pequeno esforço para sair daquela situação!!! Mas eu não conseguia... era impossível sair de casa naquelas condições!!!









AS ORIENTAÇÕES DA DIETISTA

Conforme referi anteriormente, não tive quase nenhum apoio da dietista.
Mandei o mail à dietista pedindo-lhe algumas orientações. Passo a transcrever o que ela me enviou por mail:

Boa tarde Zu,

Tal como combinado em conversa telefónica,abaixo descrevo algumas orientações nutricionais a ter em conta:

- As refeições do p. almoço e lanche podem ser constituídas por: leite e iogurte magro, chá com 1/2 pão mistura (25g) ou 2 colheres de corn-flakes (do género Kellog's K), becel, 1 fatia de fiabre magro, 1 fatia de queijo magro ou queijo fresco;

- Meio da manhã e ceia: Sumo de fruta natural, iogurte ou leite magro, 1 peça de fruta

- Almoço / jantar: alternar sopa com prato. O prato deve ser constituído por carne ou peixe (bem cozinhados) - NÃO COMER FRITOS OU MOLHOS - 1 colher de arroz ou massa ou 1batata ou 1 bola de puré de batata; mais 1 colher de sopa de legumes bem cozinhados.

Comer a fruta do almoço e do jantar 1h30 depois das refeições em questão.


Sempre que tiver enfartada pare e descanse.
Beba água moderadamente e nunca 30 minutos antes ou após as refeições.
Mastigue muito bem os alimentos.
Evite comer fritos e doces.

Julgo não me ter esquecido de nada, no entanto se tiver qualquer dúvida entre em contacto comigo.


Não se esqueça: vá à rua beber o seu café (carioca).

Beijinhos,

R.G.

OS VÓMITOS

Todos os dias, me sentia como se estivesse grávida! o enjoo era constante. Se não comia ficava agoniada e quando comia ficava com vómitos e mal disposta!
Cheguei a uma altura que não sabia o que fazer.
Várias vezes, telefonei ao médico operador, que mostrava alguma apreensão e mesmo preocupação. Chegou a mandar-me fazer uma radiografia ao estômago, que eu não fiz, pois estava farta de exames clínicos, de médicos e de sofrimento.
Nunca tive apoio nem orientação da dietista, pois estava de licença de parto e por isso, eu apenas a tinha consultado antes da operação.
O que eu comia ou bebia era escolhido por mim, segundo os meus critérios. Sentia-me confusa e saturada...
Mas, o tempo foi passando e aos poucos a má disposição foi-se atenuando. Hoje, 6 meses depois de ter feito a cirurgia do bypass gástrico, já como de quase tudo.
Às vezes, ainda fico mal disposta e preciso de vomitar. Actualmente, não me sinto tão enjoada e aos poucos vou recuperando o apetite...

A TROMBOFLEBITE - 27 DE DEZEMBRO

Há já alguns dias, que me doía a perna direita. Na coxa apareceu-me uma mancha vermelha, bastante grande.
Marquei consulta e fui ao médico de clinica geral. Quando ele viu a mancha vermelha, disse-me que desconfiava que seria uma tromboflebite, mas que eu teria de ir fazer uma ecodoppler para se ter a certeza. Alertou-me para os perigos que eu corria e aconselhou-me a ir imediatamente a uma urgência. Eram 7 horas da tarde, já era noite e fazia bastante frio. A minha filha tinha ficado em casa à nossa espera. Eram horas de jantar.
Tanto eu como o Zé estávamos confusos, pois mais uma vez, nos víamos confrontados com um problema! O médico insistia para que eu fosse vista por um especialista, com urgência.
Decidimos ir para casa e ir no dia seguinte logo pela manhã, ir às urgências do Hospital dos SAMS.
Eu estava preocupada, pois tinha consciência do perigo que estava a correr.
Logo de manhã, fomos os três ao Hospital. Eu só pensava que poderia ficar ali internada de novo, isso angustiava-me, mas não o dava a conhecer.
O médico diagnosticou uma tromboflebite; mandou-me fazer a ecodoppler, onde se confirmou uma tromboflebite profunda na perna direita. A médica que me fez a ecodoppler disse-me que o caso era complicado e que iria falar com o colega, pois achava que eu devia ficar internada!! Fiquei mais uma vez sem palavras!! Tinha saído do Hospital no dia 7 e 20 dias depois, ia de novo ser internada!!! Não era possível estar-me a acontecer a mim!!!
Fomos mostrar o exame ao médico e este tranquilizou-me um pouco. Não via necessidade de eu ser internada, pois vivia muito perto do Hospital. Receitou-me 20 injecções, levei logo uma, no consultório e fez-me muitas recomendações para que eu estivesse alertada a alguns sinais de perigo.
Voltámos para casa. Eu tinha uma tromboflebite. Sentia-me doente, mas sobretudo muito saturada com toda esta situação.
No dia 31 de Dezembro, festejava-se a passagem do ano de 2007 para o ano de 2008.
A minha filha e o meu genro foram para casa de uns amigos, para festejarem a passagem do ano.
Eu não tinha vontade para nada. Ainda me sentei na sala para ver o programa de fim de ano na televisão, mas mal tinha começado o programa e já eu ia a caminho do quarto, para me deitar.
Os meus pais e o meu marido ainda me disseram para ficar mais um pouco até à meia noite, mas eu não me sentia com forças físicas e psicológicas para estar ali.
Eram demasiadas "coisas" para quem tinha acabado de sair de uma complicação e já estava noutra!...

segunda-feira, 28 de abril de 2008

EM CASA - O NATAL

A enfermeira ia diariamente fazer-me o penso, pois os pontos da costura da última operação infectaram e alguns não fechavam. Só ao fim de um mês, é que a cicatriz começou a cicatrizar.
A minha filha e o marido vieram passar o dia de Natal connosco. A muito custo, com a ajuda de todos, consegui fazer alguns dos pratos habituais do almoço de Natal.
O Dia de Natal foi muito cansativo para mim. Familiares e amigos vieram visitar-me e eu estava de "rastos". Ao fim de algum tempo sentada na sala, fui deitar-me, pois já não conseguia fazer-lhes companhia.
Recebi algumas prendas de Natal, mas eu que sempre reajo de um modo eufórico a qualquer prenda que me dão, não tinha qualquer reacção ao abri-las... assim me apercebi como ainda estava tão doente e abatida!!!

A CONVALESCENÇA

Em casa, sentia-me muito cansada, doente e abatida.
As pessoas, que me visitavam, queriam e insistiam para que eu me levantasse da cama, me mexesse e que me tornasse mais activa.
Eu sentia-me tão debilitada que não tinha forças para nada.
Por vezes, questionava-me se era eu que me tinha modificado, pois sempre fui uma pessoa activa e nunca fui "piegas" e agora não tinha forças para reagir!!!
Quase tudo o que comia, eu vomitava. Além disso, o apetite desaparecera completamente ainda no Hospital, e continuava sem vontade de comer fosse o que fosse.
Sentia-me bastante doente...
Os meus pais vieram para minha casa para nos fazerem companhia. A minha mãe fazia a comida e procurava-me constantemente se eu queria comer alguma coisa. Via a minha mãe tão preocupada!!
o meu pai com 85 anos e a minha mãe com 80 anos também estavam bastante deprimidos e muito preocupados com toda a situação. Eu queria poupá-los e tentava mostrar-me mais animada, mas a minha mãe, que me conhece muito bem, sabia que eu estava muito, muito doente...

terça-feira, 15 de abril de 2008

DIA 7 DE DEZEMBRO - VOU PARA CASA!!!!

O médico apareceu e deu-me alta.
Eu sentia-me muito receosa, pois sentia-me muito abatida e fraca e tinha receio que quando chegasse a casa surgisse mais alguma complicação.
Vesti-me, com muita dificuldade, e preparei-me para deixar o Hospital, 40 dias depois de ter entrado ali.
Por volta das 2 horas da tarde, passámos pela casa dos meus pais para os levarmos para nossa casa.
Assim a minha mãe sempre me podia dar uma ajuda, a fazer a comida e para me fazer companhia.
Quando cheguei a minha casa, estava completamente de rastos. O suor escorria-me pela cara e pelas costas. As pernas tremiam-me. Tinha medo de cair. Sentei-me no sofá, mas estive ali muito pouco tempo. Deitei-me e fiquei o resto do dia na cama.
Comi muito pouco ou nada!!!

DIA 6 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

Da parte da tarde apareceu o enfermeiro de serviço que me tirou o cateter. Finalmente estou completamente livre de tubos. Ainda não acredito que estou a melhorar e que em breve terei alta.
Comi muito pouco.
Pedi para me deitar cedo, pois sentia-me muito cansada.
Estava muito abatida e nem televisão quis ver!

DIA 5 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

O Zé escreveu:
" Foi-lhe tirado o soro, ao fim do dia, após visita do médico operador. Hoje já ficou liberta de tubos, com excepção do cateter.
Deu uns pequenos passos pelo corredor."

DIA 4 DE DEZEMBRO - QUARTO 611

No dia 4 de Dezembro o meu pai fez 85 anos. Logo pela manhã, telefonei a dar-lhe os parabéns. Sei que estão muito preocupados com toda esta situação complicada que eu estou a passar.
O Zé foi almoçar com os meus pais. A minha mãe fez-me um puré de batata com frango cozido triturado. Comi pelo menos metade, daquilo que me mandou. Para sobremesa mandou-me uma tacinha de maizena, que não me soube bem, e por isso não comi.
Pedi ao Zé que me fosse comprar um queijinho fresco no bar do Hospital. Comi 1/4 ( 2 colherzinhas!) e fiquei satisfeita.
Já me levanto e sentam-me no sofá. Por vezes, fico muito cansada e peço para me deitar, pois sinto-me muito fraca.